A durabilidade das palhetas do para-brisa passou a ocupar espaço estratégico na gestão de frotas pesadas no Brasil. O componente, antes visto como secundário, tem demonstrado impacto direto sobre custos operacionais, segurança e sustentabilidade em empresas de transporte e agronegócio. A mudança de percepção ocorre em meio à busca por maior eficiência e redução de desperdícios em operações de larga escala.
“No mercado atual, onde margens são estreitas e a pressão por sustentabilidade cresce, compreender o efeito em cascata de itens simples se torna estratégico. Margens de melhora, quando multiplicadas por centenas ou milhares de veículos, podem representar economia significativa, mais segurança e competitividade real para as empresas”, afirma Leonardo Salomé, CEO da Autoimpact, fornecedora nacional de palhetas automotivas.
A substituição periódica das palhetas representa um custo relevante para transportadoras. Em uma frota de mil veículos, cada caminhão equipado com duas palhetas de R$ 50 gera um gasto anual de R$ 100 mil. Com um aumento de 20% na vida útil, esse valor pode cair para R$ 90 mil, eliminando uma em cada seis trocas programadas. Além da economia direta, há redução no tempo de oficina, o que amplia a disponibilidade da frota sem necessidade de expansão.
A tecnologia aplicada pela Autoimpact inclui borrachas de alta resistência e tratamentos como o politetrafluoretileno, que reduz o atrito com o vidro e evita ressecamento. Testes de campo indicam que os produtos da empresa alcançam até 20% mais vida útil em comparação às palhetas convencionais. A empresa possui certificações internacionais como IATF 16949 e ISO 9001, e seus produtos seguem padrões homologados por montadoras.
A segurança também é afetada pela qualidade das palhetas. Em ambientes de trabalho com máquinas pesadas, a visibilidade do operador é essencial. “Dependendo das atividades realizadas com máquinas e equipamentos pesados, a dificuldade de visibilidade pode gerar sérios riscos de acidentes, tanto para o operador quanto para trabalhadores envolvidos no processo de trabalho”, explica Guilherme Espíndola, professor do curso de Segurança do Trabalho do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC).
Segundo Espíndola, falhas na limpeza do para-brisa podem resultar em danos materiais, retrabalho e até lesões graves. A peça, embora simples, pode ser decisiva para evitar acidentes em trajetos rodoviários ou operações agrícolas.
Outro impacto relevante está na redução de resíduos. Menos trocas significam menor descarte de borracha e metal, além de menor demanda por extração de recursos naturais. Em frotas de grande porte, essa redução pode equivaler a toneladas de resíduos evitados por ano, contribuindo para metas ambientais de empresas pressionadas por práticas sustentáveis.
A Autoimpact, sediada em Santa Catarina, disputa mercado com grandes multinacionais e está entre as três maiores fornecedoras do país. A empresa aposta na combinação entre tecnologia, certificações e escala para ampliar sua presença em setores que exigem confiabilidade e controle de custos.