Muito se tem falado, nos últimos anos, sobre as famosas “canetas mágicas emagrecedoras” no combate à obesidade no Brasil.
Mas vamos voltar um pouco no tempo: em 2010, elas foram aprovadas nos Estados Unidos para o tratamento de diabetes. Lembro-me de quando atendia como nutricionista, em 2018, e já ouvia falar sobre essas canetas. Naquele momento, parecia algo distante e acessível apenas para ricos ou famosos que conseguiam comprar nos Estados Unidos.
Foi apenas em 2021 que a aprovação para o tratamento da obesidade aconteceu, trazendo novas perspectivas para o cuidado com a saúde e o emagrecimento.
De dois anos para cá, essas canetas milagrosas (Ozempic, Mounjaro e Wegovy) têm sido cada vez mais comentadas.
Agora, será que essas canetas realmente funcionam?
Será que apenas o uso de um medicamento garante o emagrecimento?
E será que essas pessoas não voltarão ao peso de antes?
Como nutricionista, acho válido, sim, o uso dessa medicação, mas sempre com orientação médica e acompanhamento. No entanto, é importante ir mais a fundo: se não houver mudança de vida, de hábitos alimentares e de rotina, nada adianta essas “canetas milagrosas”.
Após atuar muitos anos como nutricionista, observei que o primeiro passo é tratar e mudar o psicológico do paciente. É preciso olhar o porquê desse ganho de peso ou por que a pessoa sempre esteve acima do peso. A partir do momento em que temos esse olhar clínico, o processo se torna muito mais assertivo.
Além disso, se tratarmos melhor a ansiedade, a depressão, a compulsão ou qualquer outro fator emocional, a probabilidade de reganho de peso será reduzida. Depois desse primeiro passo, a alimentação entra como protagonista, representando cerca de 70% dos resultados — sempre acompanhada de rotina saudável e acompanhamento profissional.
Não existe atalho no processo de emagrecimento. As canetas podem ajudar, mas não fazem mágica. A verdadeira transformação acontece quando corpo e mente caminham juntos, com equilíbrio, autocuidado e consistência.
Skinny pen
In recent years, much has been said about the so-called “skinny shot” in the fight against obesity in Brazil.
But let’s go back a little in time: in 2010, they were approved in the United States for the treatment of diabetes. I remember, back in 2018, when I was working as a nutritionist, I had already heard about these Skinny pen. At that time, they seemed distant, something accessible only to the wealthy or celebrities who could buy them abroad.
It was only in 2021 that approval for the treatment of obesity was granted, opening up new perspectives for health care and weight management.
Since then, these so called “miracle skinny shot” (Ozempic, Mounjaro, and Wegovy) have been increasingly in the spotlight.
But do they really work?
Can medication alone guarantee weight loss?
And is there no risk of gaining the weight back?
As a nutritionist, I believe that these medications can indeed be valid provided they are always prescribed by a doctor and followed up with professional monitoring. However, it is essential to go further: without lifestyle changes, relying solely on these “miracle skinny shot” will not be effective.
In my clinical experience, I have found that the very first step in effective weight loss is addressing the patient’s psychology. It is crucial to understand the reasons behind the weight gain or why a person has always struggled with excess weight. When this clinical perspective is taken into account, the process becomes much more assertive.
Managing anxiety, depression, compulsive eating, or other emotional factors greatly reduces the likelihood of weight regain. From there, nutrition takes center stage, accounting for around 70% of the results in always paired with a healthy routine and proper guidance.
There are no shortcuts in the weight loss journey. These skinny pen may help, but they are not magic. True transformation happens when body and mind move together with balance, self-care, and consistency.