Uma decisão da ministra Nancy Andrighi, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), impôs um revés ao governador do Acre, Gladson Cameli (PP). Ele foi condenado durante o julgamento na quarta-feira (17) a uma pena de 25 anos e nove meses de prisão, com início em regime fechado. Na sentença, Andrighi completou:
“Julgo procedente a denúncia para condenar Gladson de Lima Cameli como incurso nos crimes que já mencionei. As penas são de 25 anos e nove meses de reclusão em regime inicial fechado, e seiscentos dias-multa no valor de um salário mínimo vigente à época dos fatos”, disse.
Andrighi ainda sentenciou o governador do Acre à perda do cargo. O voto da ministra do STJ, proferido na quarta-feira, detalha os resultados da Operação Ptolomeu I, II e III, deflagrada entre o final de 2021 e março de 2023. A operação, segundo a investigação autorizada pela ministra, revelou um esquema de corrupção que envolve diretamente o próprio governador Gladson Cameli e pessoas ligadas à sua gestão à época, empresários, incluindo familiares. O inquérito, detalhado por reportagens da Agência Brasil, estimou um rombo de R$ 120 milhões. A investigação aponta que a organização criminosa lavava o dinheiro desviado.

De acordo com informações daquele período, a ‘corte’, instância judicial competente para julgar processos envolvendo governadores, determinou a suspensão das atividades econômicas de 15 empresas investigadas. Durante o julgamento, houve pedido de vista o que alterou a decisão do julgamento para 2026. Em março de 2024, o governador passou a ser “réu em ação que apura fraude à licitação, desvio de recursos públicos e formação de organização criminosa”, como descreveu a comunicação do STJ.

Gladson Cameli respondeu à decisão explicando que o julgamento foi suspenso sem conclusão final. Disse ainda que, “o que se tem é apenas a leitura e a “sugestão” da relatora, a respeito da sua posição diante das alegações da acusação. No momento da suspensão do julgamento em razão do pedido de vistas, faltava a exposição do voto da ampla maioria dos ministros, o que torna o resultado totalmente inconclusivo”.
Por fim, Cameli alega que, mesmo que o julgamento tivesse um final negativo, a sua defesa recorreria da decisão. “Sigo trabalhando de forma confiante e serena, acreditando na justiça e nas instituições, desempenhando, com dedicação e afinco, o trabalho em prol do povo acreano”, finalizou.








































