O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta quinta-feira, 18 de dezembro, que não haverá privilégios nas investigações sobre as fraudes no INSS. Em coletiva no Palácio do Planalto, o mandatário enfatizou que até mesmo seus parentes serão investigados se houver indícios de participação no esquema de desvios associativos.
As declarações surgem no contexto da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, que apura irregularidades cometidas entre 2019 e 2024. Nomes ligados ao presidente, como seu filho Fábio Luís e seu irmão Frei Chico, foram citados em depoimentos ou investigações relacionadas a entidades de classe sob suspeita.
O governo federal já iniciou o ressarcimento das vítimas, pagando 2,74 bilhões de reais a cerca de 4 milhões de aposentados e pensionistas. O acordo prevê a devolução dos valores com correção inflacionária diretamente na conta do benefício, utilizando créditos extraordinários fora do limite de gastos do arcabouço fiscal.
Lula rebateu críticas sobre a demora na deflagração das prisões, justificando que a Controladoria-Geral da União realizou um trabalho minucioso por dois anos para evitar pirotecnia jurídica. O presidente reforçou que o objetivo é dar uma lição ao país e proteger o dinheiro de quem recebe apenas um salário mínimo.
Os segurados que identificarem descontos indevidos têm até o dia 14 de fevereiro de 2026 para contestar as cobranças pelo aplicativo Meu INSS ou pelo telefone 135. Paralelamente, a Advocacia-Geral da União move ações para recuperar os recursos junto às associações e empresas que operavam o esquema criminoso.









































