O presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou nesta quinta-feira, 18 de dezembro, que o acordo entre Mercosul e União Europeia pode não ser assinado neste fim de semana em Foz do Iguaçu. Em coletiva no Palácio do Planalto, o mandatário brasileiro revelou que a Itália solicitou um prazo adicional, que pode variar de dez dias a um mês, para resolver impasses políticos internos.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, ponderou que precisa de tempo para convencer o setor agrícola de seu país, que teme a perda de competitividade. Além da Itália, o tratado enfrenta forte oposição da França. Lula destacou que o acordo é vital para o multilateralismo e envolve um mercado de 722 milhões de pessoas e um PIB combinado de 22 trilhões de dólares.
O Brasil ocupa atualmente a presidência do Mercosul e estabeleceu a conclusão do tratado como prioridade máxima. No entanto, a assinatura definitiva depende da aprovação do Parlamento Europeu e do consenso entre os líderes dos dois blocos. O governo italiano emitiu nota confirmando a disposição em assinar o texto, desde que a Comissão Europeia forneça garantias aos produtores rurais.
Lula afirmou que levará o pedido de adiamento aos demais presidentes do Mercosul durante a cúpula de líderes no Paraná. O presidente brasileiro reforçou que o texto atual já contém salvaguardas que protegem o mercado agrícola europeu e revelou ter feito apelos diplomáticos diretos a diversos líderes europeus para destravar a negociação, que se arrasta por 25 anos.
Apesar das incertezas, o presidente brasileiro manteve um tom cauteloso sobre o desfecho do encontro em Foz do Iguaçu. Para o governo federal, esta é considerada a última grande oportunidade para a formalização do acordo. Lula ressaltou que, do ponto de vista político, o tratado é uma resposta necessária aos movimentos de isolacionismo global.








































