O procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet, defendeu sua atuação no processo da trama golpista durante sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, que analisa sua recondução ao cargo por mais dois anos.
Ao responder às críticas de senadores ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que classificaram o julgamento como “perseguição política”, Gonet afirmou que não houve criminalização da política.
“Não há criminalização da política em si. Sobretudo, a tinta que imprime as peças produzidas pela Procuradoria-Geral da República não tem as cores das bandeiras partidárias”, declarou Gonet.
Resultados e Acordos de Não Persecução
Gonet destacou que, no decorrer do processo da trama golpista, a PGR utilizou amplamente os acordos de não persecução penal (ANPP) para os acusados que reconheceram o erro e se comprometeram com medidas de reparação, o que permite a manutenção do status de réu primário.
Os dados apresentados pelo procurador-geral apontam:
568 investigados se beneficiaram dos acordos de não persecução penal até 23 de outubro.
715 pessoas foram condenadas.
Houve 12 absolvições, sendo a maioria delas a pedido do Ministério Público Federal (MPF).
Gonet ressaltou que a vasta maioria dos casos encerrados confirmou o acerto da atuação da PGR. Ele também garantiu que sempre obedeceu ao sigilo judicial, restringindo suas manifestações aos autos do processo e evitando vazamentos.
Críticas de Senadores Bolsonaristas
Apesar da defesa, a atuação do PGR no caso que condenou o ex-presidente e aliados por tentativa de golpe de Estado foi alvo de fortes críticas.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) acusou Gonet de “esculhambar” o Ministério Público e de perseguir seu irmão, o deputado Eduardo Bolsonaro, que é acusado pela PGR de obstrução da Justiça. “O senhor não tem vergonha de fazer isso?”, questionou o senador.
Em resposta, Gonet reafirmou que sua atuação não é movida por questões partidárias e que os processos da PGR são resultados de uma avaliação sóbria e conscienciosa.
Deixe seu comentário
