O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (7) que os conflitos armados globais estão revertendo os esforços de redução de emissões de gases poluentes e ameaçam o futuro climático do planeta. A declaração foi feita na abertura da segunda sessão temática da Cúpula do Clima, em Belém, que discute a transição energética.
“Gastar com armas o dobro do que destinamos à ação climática é pavimentar o caminho para o apocalipse climático. Não haverá segurança energética em um mundo conflagrado.”
Efeitos da guerra e críticas ao setor fóssil
Lula destacou que a Guerra na Ucrânia, invadida pela Rússia, interrompeu anos de progresso na redução de emissões de gases de efeito estufa e levou à reabertura de minas de carvão.
O presidente brasileiro também dirigiu críticas ao sistema financeiro que continua a alimentar o setor de petróleo:
Financiamento a Fósseis: Lula citou que, no ano passado, os 65 maiores bancos do mundo se comprometeram a conceder US$ 869 bilhões ao setor de petróleo e gás.
Lenta Transição: Desde a adoção do Acordo de Paris, a participação dos combustíveis fósseis na matriz energética global diminuiu apenas de 83% para 80%.
Desafios da Transição Energética Justa
Lula ponderou que, apesar dos avanços na mudança da matriz energética, a transição ainda não alcança de forma justa as populações mais pobres e em desenvolvimento, gerando uma “pobreza energética” global:
Falta de Acesso: 2 bilhões de pessoas não têm acesso a combustíveis adequados para cozinhar.
Efeitos na Educação e Saúde: 660 milhões de pessoas dependem de lamparinas e geradores a diesel, e 200 milhões de crianças frequentam escolas sem luz elétrica, afetando o acesso à conexão digital e o funcionamento de hospitais.
A Cúpula do Clima, que termina nesta sexta-feira, antecede a COP30, que ocorrerá em Belém de 10 a 21 de novembro. O evento reúne líderes globais, como o secretário-geral da ONU, António Guterres, o presidente da Espanha, Pedro Sánchez, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
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