Brasília (DF), 14 de outubro de 2025 – O deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO) cobrou explicações do ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, durante depoimento à CPMI que investiga fraudes em descontos de mensalidades associativas de aposentados e pensionistas. A reunião ocorreu nesta segunda-feira (13) no Congresso Nacional.
Durante a oitiva, o parlamentar questionou a omissão de Stefanutto diante das denúncias e cobrou que o ex-gestor revelasse os responsáveis pelo esquema de desvio de recursos da Previdência.
“O Brasil quer saber, senhor Stefanutto. O senhor não é militar? Militar tem que falar a verdade, não pode enrolar. O Brasil quer que a gente fale a verdade”, afirmou Chrisóstomo.
O deputado criticou ainda a postura de Stefanutto ao minimizar as irregularidades apontadas pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU). Segundo ele, mais de R$ 6 bilhões foram indevidamente retirados de aposentados e pensionistas.
Chrisóstomo destacou o envolvimento de representantes do INSS e dos Ministérios da Previdência e do Desenvolvimento Social em 15 reuniões com entidades privadas investigadas, incluindo a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), que participou de 13 desses encontros.
“Participar de 15 reuniões com entidades sob suspeita é ser conivente com o roubo. O rolo está aí, o Brasil está vendo”, afirmou o parlamentar.
Defesa do ex-presidente
Stefanutto negou as acusações de acobertar irregularidades. Ele afirmou ter seguido protocolos internos e declarou que pediu exoneração por considerar o ambiente de trabalho “constrangedor” após a Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal em abril deste ano.
O ex-presidente também foi questionado sobre a nomeação de André Fidelis para a Diretoria de Benefícios, investigado por suposto recebimento de propina em acordos entre o INSS e associações. Stefanutto disse que não foi responsável direto pela indicação, mas manteve a equipe de diretores durante sua gestão, e afirmou que as irregularidades começaram antes de sua presidência.
A CPMI do INSS segue investigando o suposto esquema de descontos irregulares em benefícios previdenciários, que teria movimentado bilhões de reais e beneficiado entidades-fantasmas e sindicatos ligados a dirigentes do órgão.