O Superior Tribunal de Justiça (STJ) restabeleceu a sentença de 82 anos e 9 meses de prisão para Valdirene Faria Barros nesta quinta-feira, 18. A ré é apontada como integrante da facção Comando Vermelho. Os ministros cassaram, por unanimidade, uma decisão anterior que havia reduzido a pena para apenas 8 anos.
A condenação reconhece que Valdirene exercia papel central na gestão da comunidade Vai Quem Quer, em Duque de Caxias. Ela atuava como elo entre a chefia do tráfico e a operação local. Suas funções incluíam a guarda de valores, pagamento de propinas a agentes públicos e contratação de advogados.
Gestão financeira e operacional do crime
As provas contra a acusada foram obtidas por meio de interceptações telefônicas e análise de movimentações financeiras. O conjunto probatório confirmou a participação ativa de Valdirene na cadeia operacional do tráfico de drogas. A decisão anterior do tribunal estadual havia sido baseada na ausência de apreensão direta de entorpecentes com ela.
No entanto, o STJ destacou que, em casos envolvendo organizações criminosas, basta comprovar o vínculo subjetivo com a atividade delitiva. A Corte ressaltou que a revisão criminal é uma medida excepcional e exige novas provas, o que não foi apresentado pela defesa no processo.
Origem na Operação Purificação
A prisão de Valdirene ocorreu durante a Operação Purificação, deflagrada para desarticular redes criminosas na Baixada Fluminense. A ação policial focou no combate à corrupção policial e na interrupção do fluxo financeiro do Comando Vermelho. Na época, 83 pessoas foram denunciadas, incluindo agentes públicos.
A procuradora de Justiça Somaine Cerruti classificou a decisão como uma vitória importante para o Ministério Público. Segundo ela, a medida reafirma a necessidade de respeito à coisa julgada. O cumprimento da pena de 82 anos deverá ocorrer em regime inicial fechado, conforme determinado pela sentença restabelecida.











































