O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta quinta-feira, 24 de julho de 2025, uma nova sequência de interrogatórios dos réus envolvidos na trama golpista ocorrida durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. A sessão, conduzida por videoconferência, começou às 9h, horário de Brasília, e foca nos réus dos núcleos 2 e 4 da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Principais depoimentos agendados
Os destaques dos depoimentos são Filipe Martins e Silvinei Vasques, ambos réus do Núcleo 2. Este grupo é acusado de planejar ações para tentar manter Jair Bolsonaro ilegitimamente no poder após as eleições presidenciais de 2022.
Filipe Martins, ex-assessor de assuntos internacionais, é acusado de apresentar um jurista ao ex-presidente para a elaboração da minuta do golpe. Este documento previa a decretação de estado de sítio ou de defesa em 2022. Já Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), é acusado de ordenar blitzes no dia do segundo turno das eleições de 2022. O objetivo seria barrar o deslocamento de eleitores do presidente Luiz Lula da Silva pelas rodovias do Nordeste.
Militares sob interrogatório
Os réus do Núcleo 4 também serão ouvidos. Este grupo é formado por militares acusados de organizar ações de desinformação para propagar notícias falsas sobre o processo eleitoral e ataques virtuais a instituições e autoridades.
Entre os nomes interrogados do Núcleo 2 estão Filipe Martins, Marcelo Câmara, Silvinei Vasques, General Mário Fernandes, Marília de Alencar e Fernando de Sousa Oliveira. Do Núcleo 4, serão ouvidos Major Ailton Gonçalves Moraes Barros, Major Ângelo Martins Denicoli, Subtenente Giancarlo Gomes Rodrigues, Tenente-Coronel Guilherme Marques de Almeida, Coronel Reginaldo Vieira de Abreu, Policial Federal Marcelo Araújo Bormevet e Carlos Cesar Moretzsohn Rocha.
Próximos passos da ação penal
Os réus respondem por crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Por estarem na condição de réus, eles têm o direito de permanecer em silêncio diante das perguntas da PGR e do gabinete do ministro Alexandre de Moraes. O interrogatório é uma das últimas fases da ação penal, e o julgamento que definirá a condenação ou absolvição dos acusados é esperado para o segundo semestre deste ano. O Núcleo 1, que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro, foi interrogado no mês passado e deve ter seu julgamento em setembro. Os réus do Núcleo 3 serão interrogados na próxima segunda-feira, 28 de julho.