A produção industrial brasileira registrou crescimento de 0,1% em outubro, revertendo a queda de 0,4% observada em setembro. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal, divulgada nesta terça-feira, 02 de dezembro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado foi impulsionado principalmente pela maior extração de petróleo, minério de ferro e gás natural no país. Com esse desempenho, a indústria nacional acumula alta de 0,9% no período de 12 meses.
No entanto, o desempenho anual mostra desaceleração. A taxa de 0,9% é a menor desde março de 2024, quando atingiu 0,7%. Na comparação com outubro de 2024, houve uma retração de 0,5%.
Indústrias extrativas e alimentos puxam o resultado
O IBGE apurou que, na passagem de setembro para outubro, 12 das 25 atividades industriais pesquisadas registraram expansão na produção.
Os principais destaques positivos foram as indústrias extrativas, com alta de 3,6%. O gerente da pesquisa, André Macedo, apontou que esse segmento foi o que mais influenciou o avanço.
Outras atividades com crescimento notável incluem: produtos alimentícios (0,9%), veículos automotores, reboques e carrocerias (2%), e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (4,1%).
Entre as atividades com destaque negativo estão: produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-10,8%), e produção de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-3,9%).
Juro alto e tarifaço americano limitam crescimento
André Macedo explicou que um dos principais fatores que impedem um resultado melhor da indústria é a política monetária restritiva, ou seja, o nível elevado dos juros. A Selic, taxa básica de juros do país, está em 15% ao ano.
O juro alto tem impacto na concessão de crédito, o que tende a esfriar a economia e dificultar a procura por bens e serviços. Esse cenário obstrui o crescimento econômico e a geração de emprego, apesar de o Brasil registrar os menores índices de desemprego dos últimos trimestres.
O gerente do IBGE também citou o impacto do tarifaço americano em alguns nichos de atividade, com destaque para o segmento de madeira. O tarifaço, em vigor desde agosto, foi imposto pelo governo dos EUA para proteger sua economia interna. No entanto, o pesquisador ressaltou que a política de juro alto teve efeito mais significativo como obstáculo à produção industrial.










































