O Ministério da Saúde começou, nesta terça-feira (2), a distribuição nacional da vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), um importante passo na proteção de recém-nascidos. O primeiro lote, contendo 673 mil doses, está sendo enviado para todas as unidades da federação. Rondônia, por exemplo, deve receber 6.250 doses do imunizante.
A vacinação, que é gratuita via Sistema Único de Saúde (SUS), é focada em gestantes a partir da 28ª semana. A meta principal é a redução drástica dos casos de bronquiolite em bebês, uma das infecções respiratórias mais perigosas no período neonatal.
Com a chegada das doses aos postos de saúde, estados e municípios estão aptos a iniciar a imunização de seus grupos prioritários.
“Esse é mais um passo decisivo para proteger gestantes e recém-nascidos de uma das infecções respiratórias mais graves do período neonatal. A chegada dessa vacina é uma novidade e reforça o compromisso do SUS com a prevenção e com o cuidado integral das famílias brasileiras”, destacou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Calendário de entrega e compra de doses
O lote inicial faz parte de uma aquisição total de 1,8 milhão de doses realizada pela pasta. As entregas seguem um cronograma que foi previamente acordado com estados e municípios.
O Distrito Federal (DF) foi a primeira unidade da federação a receber o imunizante. Em Rondônia, a previsão é que as doses cheguem nesta quarta-feira (3). A logística de distribuição envolve modais aéreo, rodoviário e multimodal, adaptados à necessidade de cada estado.
A vacina, que na rede privada pode ter um custo de até R$ 1,5 mil, será oferecida gratuitamente pelo SUS. Sua inclusão no programa nacional foi possível graças a um acordo entre o Instituto Butantan e o laboratório produtor. Este acordo garante a transferência de tecnologia para o Brasil, o que permitirá ao país fabricar o imunizante e ampliar a autonomia e o acesso da população.
A importância da proteção contra o VSR
O Vírus Sincicial Respiratório (VSR) é o causador de aproximadamente 75% dos casos de bronquiolite e 40% das ocorrências de pneumonia em crianças com menos de dois anos. Ao vacinar a mãe, a proteção é transmitida ao recém-nascido, ajudando a reduzir internações hospitalares.
Em 2025, até 22 de novembro, o país contabilizou 43,2 mil casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) atribuídos ao VSR. Deste total, mais de 35,5 mil hospitalizações, o que representa 82,5% do total de casos de SRAG por VSR no período, foram em crianças menores de dois anos de idade.
Como a maioria dos casos é viral, o tratamento para a bronquiolite é de suporte, focado no manejo dos sinais e sintomas, como hidratação, oxigenação e uso de broncodilatadores, que ajudam a abrir as vias aéreas.
Quem deve receber a vacina?
O grupo prioritário para a vacinação é composto por todas as gestantes, a partir da 28ª semana de gravidez. Não há restrição de idade para a gestante. A recomendação é que seja aplicada uma dose única a cada nova gestação.
O Ministério da Saúde orienta as equipes das Unidades Básicas de Saúde (UBS) a verificarem a situação vacinal das gestantes contra influenza e covid-19. A vacina contra o VSR pode ser administrada de forma simultânea com esses outros imunizantes.
A eficácia desta estratégia é cientificamente comprovada. O Estudo Matisse, por exemplo, demonstrou uma eficácia de 81,8% na prevenção de doenças respiratórias graves causadas pelo VSR nos bebês durante os primeiros 90 dias (três meses) após o nascimento.











































