O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou nesta quarta-feira (15) que haverá uma reunião entre Brasil e Estados Unidos para negociar a taxação extra imposta aos produtos brasileiros exportados para o país norte-americano.
O encontro está marcado para esta quinta-feira (16), em Washington, e será o primeiro a nível de delegação após a conversa que Lula e o presidente Donald Trump tiveram no início do mês.
Em evento no Rio de Janeiro, Lula brincou sobre a videoconferência recente com o líder estadunidense, que havia falado em “química excelente” no encontro anterior na ONU. “Não pintou química, pintou uma indústria petroquímica”, disse Lula, em tom de humor.
Delegações para a negociação
O presidente Donald Trump designou o secretário de Estado, Marco Rubio, para dar sequência às negociações sobre o chamado “tarifaço”. Rubio, por sua vez, convidou o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, para liderar a delegação brasileira na capital dos Estados Unidos.
Vieira desembarcou em Washington nesta terça-feira (14) para a agenda de trabalho. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou recentemente que o Brasil apresentará argumentos econômicos sólidos para reverter as tarifas.
Segundo Haddad, o principal argumento é que a medida está encarecendo a vida do povo estadunidense. O ministro destacou ainda que os Estados Unidos já possuem superávit comercial com o Brasil e têm grandes oportunidades de investimento no país, especialmente em áreas como transformação ecológica, minerais críticos e energias limpas (eólica e solar).
Entenda o tarifaço imposto pelos EUA
O “tarifaço” é parte da nova política comercial da Casa Branca, implementada pelo presidente Donald Trump, visando aumentar as tarifas contra parceiros comerciais para tentar reverter a perda de competitividade da economia americana em relação à China.
Inicialmente, em 2 de abril, Trump impôs barreiras alfandegárias de 10% a países com déficit comercial. No caso do Brasil, como os EUA têm superávit, foi aplicada a taxa mais baixa.
Entretanto, em 6 de agosto, uma tarifa adicional de 40% entrou em vigor contra o Brasil. A medida foi uma retaliação a decisões que, segundo Trump, prejudicariam as big techs estadunidenses, e uma resposta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Entre os produtos brasileiros que foram tarifados pelos Estados Unidos estão café, frutas e carnes. Itens como suco e polpa de laranja, combustíveis, minérios e aeronaves civis foram, inicialmente, poupados das barreiras e, posteriormente, outros produtos também foram liberados das tarifas adicionais.







































