Duas pessoas foram hospitalizadas na tarde de terça-feira (4), em Itanhangá (MT), após consumirem um uísque supostamente adulterado. As vítimas — uma mulher de 42 anos e o genro dela, de 26 — apresentaram náuseas, vômitos intensos e dores no peito, sintomas que levantaram a suspeita de intoxicação por metanol.
Segundo a Polícia Militar, o caso foi comunicado pela Secretaria Municipal de Saúde e pela Vigilância Sanitária, depois que os pacientes deram entrada no Centro Integrado de Saúde (CIS).
Sintomas graves e transferência para UTI
Um dos pacientes chegou a relatar cegueira temporária e falta de ar, indicando um quadro mais grave de intoxicação. Ambos foram transferidos para o Hospital Regional de Sorriso, onde permanecem internados — o homem em estado estável, e a mulher, intubada na UTI.
O jovem, identificado pelas iniciais F.G., contou que havia comprado uma garrafa de uísque em um supermercado local no último sábado (2). Pouco tempo após o consumo, surgiram os sintomas.
Apreensão e fiscalização
Com base nas informações repassadas, as autoridades realizaram uma fiscalização no estabelecimento. Foram encontradas 10 garrafas do mesmo uísque, todas com irregularidades nos rótulos, como divergências nas datas de validade e nos lotes de fabricação.
O dono do supermercado declarou ter adquirido uma caixa com 12 garrafas de uma distribuidora localizada em Várzea Grande (MT). Todo o material foi apreendido e encaminhado para análise pericial.
Casos em investigação
Com esse registro, o estado de Mato Grosso soma nove casos notificados de suspeita de intoxicação por metanol em 2025. De acordo com o Painel de Monitoramento da SES-MT, há um caso confirmado, quatro em investigação — incluindo os dois de Itanhangá — e quatro descartados.
Risco à saúde pública
O metanol é uma substância usada na indústria como solvente e combustível. Quando ingerido, pode causar danos neurológicos, hepáticos e visuais irreversíveis, levando até à cegueira ou morte.
Por representar grave risco à saúde, o uso do produto em bebidas é proibido pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), que exige registro e controle rigoroso da substância.
Caso de polícia
Durante a operação, 12 estabelecimentos foram fiscalizados e 30 garrafas suspeitas apreendidas, pertencentes a seis lotes diferentes. O delegado de Tapurah, Franklin Alves, informou que os produtos serão periciados.
“As investigações continuam para identificar os vendedores e distribuidores que forneceram as bebidas adulteradas”, afirmou o delegado.







































