O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky se reúne neste domingo (28/12) com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em busca de avanços diplomáticos para um possível cessar-fogo na guerra. A tentativa ocorre sob forte incerteza, já que o líder russo Vladimir Putin mantém posição inflexível e afirma não ter intenção de abandonar os territórios ocupados desde 2022.
Às vésperas do encontro, Putin endureceu o discurso, afirmando que a Rússia continuará a ofensiva se Kiev não aceitar os termos exigidos por Moscou. Segundo ele, a retirada russa é “praticamente nula”, e qualquer acordo dependeria da renúncia ucraniana às áreas ocupadas. Zelensky rejeita essa possibilidade e insiste na defesa da soberania territorial.
Enquanto busca apoio no Ocidente, Zelensky tem reforçado articulações internacionais. Em passagem recente pelo Canadá, recebeu 2,5 bilhões de dólares canadenses para reconstrução do país e alinhou posições com líderes europeus. Para o ucraniano, os ataques recentes a Kiev mostram que “Putin não quer a paz. Nós queremos”, ao cobrar mais pressão global contra Moscou.
Trump, por sua vez, mantém postura ambígua. Em entrevista ao Politico, declarou que Zelensky “não tem nada até que eu aprove”, sugerindo que a Ucrânia depende diretamente de Washington nas negociações. Ainda assim, disse acreditar que o encontro pode trazer resultados e indicou que pretende falar com Putin “em breve”.
Entre os principais pontos da agenda está um plano de paz de 20 pontos, elaborado por autoridades ucranianas e americanas e considerado 90% pronto. O documento inclui garantias de segurança à Ucrânia, reconstrução econômica e possíveis ajustes territoriais — tema considerado o mais sensível e que só pode ser decidido entre chefes de Estado, segundo Zelensky.
Os impasses seguem concentrados no controle da usina nuclear de Zaporizhzhia, ocupada pela Rússia, e na possibilidade de zonas desmilitarizadas na linha de frente, incluindo áreas de Donetsk. A falta de consenso sobre esses pontos mantém o clima de incerteza e coloca em dúvida a viabilidade de um acordo no curto prazo.
Enquanto Trump e Zelensky tentam avançar, a postura firme de Putin indica que o caminho até a paz segue longo e imprevisível, e que o tabuleiro geopolítico continuará em tensão até que novas concessões — ou pressões — mudem o cenário.











































