O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta quinta-feira (18) que aguardar mais tempo pela assinatura do acordo UE-Mercosul pode ser vantajoso. Segundo o ministro, o prazo extra é necessário para esclarecer aos produtores rurais da Europa que o tratado não trará prejuízos econômicos.
Haddad ressaltou que o texto negociado possui salvaguardas que protegem os mercados locais. A declaração ocorreu pouco antes da Comissão Europeia oficializar o adiamento da formalização para janeiro de 2026, cancelando a previsão inicial de assinatura na cúpula de Foz do Iguaçu.
O governo brasileiro acredita que a resistência de países como França e Itália é fruto de pressões políticas internas. Para o ministro, o acordo UE-Mercosul possui uma relevância geopolítica que supera as questões comerciais, servindo como um sinal contra o isolamento econômico global.
Diálogo com líderes europeus
Fernando Haddad revelou ter enviado uma mensagem ao presidente francês, Emmanuel Macron, reforçando a importância estratégica da parceria. O ministro argumenta que a oposição de setores agrícolas europeus não corresponde ao conteúdo real do documento finalizado.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também participou das articulações ao conversar com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni. Segundo Lula, a líder italiana pediu um prazo de até 30 dias para convencer a base política de seu país sobre os benefícios do pacto.
Dimensão do mercado global
O acordo UE-Mercosul, em negociação há 20 anos, pretende criar uma das maiores áreas de livre comércio do planeta. O bloco integrado reuniria cerca de 722 milhões de consumidores e um PIB combinado de 22 trilhões de dólares, fortalecendo a economia dos dois continentes.
Com o adiamento, a expectativa agora recai sobre as primeiras semanas de janeiro. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, mantém o compromisso de buscar o consenso entre os 27 Estados-membros para ratificar o tratado no início do próximo ano.










































