O governo de Israel ratificou um acordo de cessar-fogo com o grupo militante palestino Hamas nesta sexta-feira, 10 de outubro de 2025. A decisão, aprovada pelo gabinete israelense nas primeiras horas do dia, estabelece que a suspensão das hostilidades em Gaza deve começar dentro de 24 horas. O pacto prevê que os reféns israelenses mantidos em Gaza sejam libertados em até 72 horas após o início do cessar-fogo.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, informou que o governo aprovou a estrutura para a libertação de todos os reféns. Este acordo é o passo mais significativo até agora para pôr fim a dois anos de guerra, que já causou a morte de mais de 67.000 palestinos.
A primeira fase da iniciativa do presidente dos EUA, Donald Trump, para acabar com a guerra inclui a cessação dos combates e a retirada parcial de Israel de Gaza. Em troca, o Hamas libertará os reféns restantes, e centenas de prisioneiros palestinos serão liberados por Israel. Trump indicou que a libertação dos reféns deve ocorrer no início da próxima semana.
O acordo também garante a entrada de ajuda humanitária, como alimentos e suprimentos médicos, em Gaza. O chefe exilado do Hamas, Khalil Al-Hayya, afirmou ter recebido garantias de mediadores de que a guerra havia terminado.
Apesar do otimismo, ainda há questões pendentes, como a lista final de prisioneiros palestinos e a futura governança da Faixa de Gaza. O acordo enfrenta resistência interna em Israel, especialmente do ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, que prometeu votar contra o governo se o Hamas não for desmantelado.
Internacionalmente, o acordo recebeu amplo apoio. O Brasil saudou a dimensão humanitária e reafirmou seu apoio à solução de dois Estados, com a criação de um Estado da Palestina independente e viável, vivendo ao lado de Israel. O presidente Trump viajará à região no domingo (12) e poderá participar de uma cerimônia de assinatura no Egito.