Os juros do crédito cobrados pelos bancos avançaram para as famílias e recuaram para as empresas em novembro de 2025, segundo dados das Estatísticas Monetárias e de Crédito divulgadas pelo Banco Central nesta sexta-feira (26). A taxa média das concessões de crédito livre para pessoas físicas subiu 0,9 ponto percentual no mês, acumulando alta de 6,2 pp em 12 meses e alcançando 59,4% ao ano.
O destaque entre as modalidades foi o crédito pessoal não consignado, que apresentou alta de 5,5 pp, chegando a 106,6% ao ano. No cartão de crédito parcelado, os juros subiram 3,2 pp, atingindo 181,2% anuais. Já o rotativo do cartão, uma das modalidades mais caras do mercado, registrou avanço de 0,7 pp e passou a custar 440,5% ao ano, mesmo após um ano da limitação de cobrança estabelecida pelo Banco Central. Apesar disso, houve redução de 5,4 pp em 12 meses para famílias.
O juros do crédito rotativo são aplicados quando o consumidor paga menos que o valor total da fatura. Após 30 dias, as instituições financeiras parcelam a dívida automaticamente, migrando para o cartão parcelado. Mesmo com o aumento mensal, essa modalidade acumulou queda de 2 pp em 12 meses. Já o crédito pessoal não consignado acumula alta de 7,3 pp no mesmo período.
Nas operações com empresas, os juros médios apresentaram queda de 0,6 pp no mês, mas ainda acumulam alta de 2,8 pp em 12 meses, alcançando 24,5% ao ano. Operações como o desconto de duplicatas e o capital de giro acima de 365 dias registraram recuo de 0,7 pp cada, fechando novembro em 19,3% e 21,8% anuais, respectivamente.
Somando crédito livre e direcionado, o juros do crédito registrou alta de 0,1 pp no mês e de 3,5 pp no período de 12 meses, atingindo 31,9% ao ano. O movimento acompanha o ciclo de alta da taxa Selic, atualmente fixada em 15% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom), o maior nível desde julho de 2006.
O spread bancário também avançou, chegando a alta acumulada de 2,5 pp em 12 meses. Esse indicador representa a diferença entre o custo de captação dos bancos e os juros cobrados do cliente, cobrindo despesas operacionais, riscos e lucro das instituições.
No mês, as concessões totais de crédito atingiram R$ 637,5 bilhões, queda de 6,6%. Em 12 meses, houve expansão nominal de 8,9%. O saldo total de empréstimos chegou a R$ 6,971 trilhões, aumento de 0,9% em relação a outubro. O estoque de crédito ampliado para o setor não financeiro alcançou R$ 20,341 trilhões, impulsionado principalmente por títulos públicos de dívida.
A inadimplência registrou 3,8% em novembro, sendo maior entre pessoas físicas (4,7%) do que jurídicas (2,3%). O endividamento das famílias chegou a 49,3% da renda acumulada, enquanto o comprometimento mensal da renda com dívidas ficou em 29,4%.











































