A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou nesta segunda-feira, 6 de outubro de 2025, para o crescimento do uso de cigarros eletrônicos entre adolescentes. A organização estima que pelo menos 15 milhões de jovens entre 13 e 15 anos fumem esses dispositivos em todo o mundo.
De acordo com o novo relatório da OMS sobre o tabaco, o risco de os jovens começarem a fumar é nove vezes superior ao dos adultos.
Nova Onda de Dependência
Etienne Krug, diretor do Departamento de Controle de Doenças Crônicas da OMS, destacou que os cigarros eletrônicos estão “alimentando uma nova onda de dependência da nicotina”. Embora sejam promovidos como uma alternativa menos nociva, ele alerta que “estes produtos estão, na verdade, viciando os jovens em nicotina mais cedo e colocando em risco décadas de progresso”.
O Relatório Global da OMS estima que mais de 100 milhões de pessoas atualmente utilizam cigarros eletrônicos globalmente, sendo a maioria em países de renda elevada.
Tendência do Tabaco Convencional
Apesar da preocupação com os cigarros eletrônicos, a OMS apontou uma tendência positiva no uso de tabaco convencional. O número de fumantes diminuiu 19,5% desde o início do século, passando de 1,38 bilhão para 1,24 bilhão de pessoas em 2024. Projeções indicam uma redução ainda maior até 2030.
A queda foi mais acentuada entre as mulheres, cuja taxa de consumo caiu de 16,5% para 6,6% em 25 anos. Entre os homens, a redução foi de 49,8% para 32,5% no mesmo período.
Consumo Juvenil por Região
Regionalmente, a Europa se tornou a região com maior prevalência relativa de fumantes em 2024, com 24,1% da população. A Europa também registra as taxas mais elevadas de consumo entre adolescentes de 13 e 15 anos, com uma média de 11,6%.
Na América Latina, o consumo juvenil de tabaco é geralmente mais baixo, embora Chile (26,7%) e Argentina (23,5%) apresentem percentuais mais altos da região.
O diretor-geral adjunto da OMS, Jeremy Farrar, sublinhou a urgência de proteger as novas gerações da dependência da nicotina. A OMS pede que os governos ajam “de forma rápida e enérgica” para travar a expansão dos produtos eletrônicos e reforcem as restrições de venda a menores.