A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou nesta quinta-feira (27) que os mapas do caminho para o fim do desmatamento e da dependência dos combustíveis fósseis ainda serão construídos. A declaração foi feita após a participação da ministra no programa Bom Dia Ministra, do CanalGov, em Brasília.
Os temas não entraram na decisão final da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), mas o Brasil, com apoio de 82 países, comunidade científica e sociedade civil, permanece na presidência do processo multilateral até o final de 2026. Segundo Marina Silva, a presidência brasileira vai “criar as bases para que cada país possa, de forma autodeterminada, fazer o seu próprio mapa do caminho”.
Compromissos Nacionais e Resultados da COP30
Internamente, o Brasil já trabalha para zerar o fim do desmatamento com políticas adotadas desde 2003. O país também avança no processo de afastamento dos combustíveis fósseis de forma justa, planejada e gradativa. A matriz energética brasileira já é composta por 45% de energia limpa.
A ministra destacou resultados positivos da conferência, apesar do momento difícil para o multilateralismo. Entre eles estão os indicadores de adaptação, as recomendações de triplicar recursos para adaptação de países em desenvolvimento, e a inclusão de povos tradicionais e mulheres nas decisões climáticas. Marina Silva comemorou a intensa participação social, que “fez a diferença” no processo.
Oportunidade de Investimentos Verdes
Para Marina Silva, o Brasil precisa se preparar para ser o endereço dos investimentos verdes em um cenário global que não admitirá mais pressão sobre recursos hídricos, floresta e biodiversidade. A lógica deve ser usar o dinheiro ganho em prejuízo da natureza e investir em energia limpa, como sol, vento e biomassa.
Na avaliação da ministra, é possível transformar a urgência climática em oportunidade. O desafio para a humanidade, governos, empresas e setor financeiro é estabelecer novos padrões de desenvolvimento para esse novo normal.
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