O homem de 28 anos que sobreviveu a uma tentativa de homicídio a pauladas na semana passada em Vilhena desmentiu a alegação de traição usada como motivação para o crime. A vítima, que foi atacada pelos irmãos agressores, um deles um adolescente de 15 anos, concedeu entrevista por telefone para explicar o ocorrido.
A agressão foi justificada pelo irmão mais velho, de 25 anos, que acusou o morador de ser um “talarico”, gíria que se refere a quem se envolve com a parceira de um amigo. O agressor era ex-namorado da enteada da vítima, relacionamento que ocorreu na adolescência dos envolvidos.
A vítima relatou que, no dia dos fatos, ele, a esposa e a mãe estavam em casa quando os dois irmãos, que o atacariam mais tarde, apareceram no local. Mais tarde, a família saiu para ir ao shopping e retornou de madrugada.
Os irmãos retornaram à residência e pediram para que a vítima, que trabalha prestando serviços braçais em fazendas, saísse de casa. Como o homem já estava dormindo, a dupla foi embora.
Pouco tempo depois, eles retornaram e invadiram o imóvel. O irmão mais novo, de 15 anos, estava armado com o que parecia ser uma ripa e desferiu os golpes contra o dono da residência. A esposa e a mãe da vítima tentaram, sem sucesso, impedir as agressões.
Quando a Polícia Militar chegou e prendeu os dois invasores em flagrante, o irmão mais velho justificou o crime acusando a vítima de ter um caso amoroso com a própria enteada, sua ex-namorada.
O entrevistado negou veementemente a acusação de traição, afirmando que o suposto caso amoroso jamais aconteceu. Ele acrescentou que a pivô da briga, sua enteada, hoje tem 23 anos, está casada e tem um filho recém-nascido, o que torna a acusação infundada.
Já recuperado das agressões, o homem atacado declarou não saber se os irmãos presos continuaram na cadeia após a detenção em flagrante.