O Departamento de Estado dos Estados Unidos anunciou neste sábado (16) a suspensão da emissão de vistos de visita para pessoas da Faixa de Gaza. Segundo o governo norte-americano, a medida ocorre enquanto é conduzida uma revisão “completa e minuciosa” do processo.
De acordo com dados oficiais, em 2025 os EUA já concederam mais de 3.800 vistos de visita B1/B2 — voltados a estrangeiros que buscam tratamento médico ou viagens temporárias — a portadores do documento de viagem emitido pela Autoridade Palestina. O levantamento inclui 640 vistos emitidos em maio, mas não há detalhamento separado entre Gaza e Cisjordânia.
O anúncio veio após declarações da ativista de extrema-direita Laura Loomer, aliada do presidente Donald Trump, que afirmou em rede social que palestinos haviam entrado nos EUA neste mês. A fala gerou reação entre republicanos, como os deputados Chip Roy e Randy Fine, que citaram preocupações com a segurança nacional.
A decisão foi criticada por grupos de defesa dos direitos civis. O Conselho de Relações Americano-Islâmicas classificou a suspensão como mais um sinal da “crueldade intencional” do governo Trump em relação aos palestinos.
A medida ocorre em meio à guerra entre Israel e Hamas, iniciada em 7 de outubro de 2023. Desde então, mais de 61 mil palestinos foram mortos em Gaza, segundo autoridades de saúde locais, enquanto Israel contabiliza 1.200 mortos no ataque inicial do Hamas e ainda 251 reféns.
Até o momento, os EUA não sinalizaram que irão receber palestinos deslocados pelo conflito. Fontes afirmaram à Reuters que Israel e Sudão do Sul discutem um plano alternativo de reassentamento.