A Rússia realizou um ataque sem precedentes contra a Ucrânia na madrugada desta quarta-feira, 9 de julho de 2025, utilizando um recorde de 728 drones. Este bombardeio em larga escala ocorreu logo após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometer o envio de mais armas defensivas para Kiev e fazer uma crítica direta ao presidente russo, Vladimir Putin.
As defesas aéreas ucranianas, incluindo sistemas de interferência eletrônica, conseguiram destruir a maioria dos drones, conforme informado pela Força Aérea da Ucrânia via Telegram. O ataque, que se soma a uma série crescente de ofensivas aéreas nas últimas semanas, ressalta a urgência de sanções “mordazes” às fontes de financiamento da guerra russa, incluindo compradores de petróleo russo, destacou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Na terça-feira, 8 de julho, Donald Trump sinalizou que está considerando apoiar um projeto de lei do Senado que imporia sanções rigorosas à Rússia, com tarifas de 500% sobre nações que adquirirem exportações russas como petróleo, gás e urânio. Em uma reunião de gabinete, Trump declarou: “Putin nos joga um monte de besteiras. Ele é muito simpático o tempo todo, mas acaba não fazendo sentido.” Questionado sobre futuras medidas contra Putin, ele acrescentou: “Eu não diria a você. Queremos ter uma pequena surpresa.”
Paralelamente, a Europa está desenvolvendo um novo pacote de sanções contra Moscou. Trump, que retornou ao poder com a promessa de um rápido fim para o conflito na Ucrânia, havia anteriormente adotado uma retórica mais alinhada às justificativas de Moscou para a invasão de 2022. Contudo, as rodadas iniciais de negociações entre Rússia e Ucrânia não progrediram, com Moscou recusando um cessar-fogo incondicional proposto por Trump e aceito por Kiev.
A recente promessa de Trump de fornecer mais armas defensivas reverte uma decisão anterior do Pentágono de suspender suprimentos críticos de munição para a Ucrânia. Em resposta, Zelensky anunciou ter ordenado a ampliação dos contatos com os Estados Unidos para assegurar entregas vitais de suprimentos militares, especialmente de defesa aérea. O enviado de Trump para a Ucrânia, Keith Kellogg, é esperado em Roma nesta quarta-feira para uma conferência internacional de ajuda à Ucrânia nos dias 10 e 11 de julho, que contará com a presença de Zelensky e aliados europeus.
Moradores de Kiev e outras grandes cidades ucranianas passaram a noite em abrigos antiaéreos, incluindo estações de metrô.
Lutsk: O Principal Alvo Próximo à Fronteira Polonesa
Parte significativa do ataque noturno russo teve como alvo uma região ocidental da Ucrânia, próxima à Polônia, membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). A cidade de Lutsk, no noroeste do país, a cerca de 200 km da fronteira polonesa, foi o principal foco dos ataques, conforme revelou Zelensky. Ele também listou outras dez províncias ucranianas que registraram danos.
Em resposta à ameaça, aeronaves polonesas e aliadas foram ativadas para garantir a segurança aérea, informou o Comando Operacional das Forças Armadas da Polônia. Autoridades regionais em Lutsk, uma cidade de 200 mil habitantes, confirmaram danos a edifícios, mas, felizmente, não houve registro de mortes ou feridos no que foi descrito como o maior ataque aéreo da guerra na localidade.