O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, destituiu seu conselheiro de segurança nacional, Mike Waltz, nesta quinta-feira (1º) e nomeou o secretário de Estado, Marco Rubio, como seu substituto interino, na primeira grande reformulação do círculo íntimo de Trump desde que ele assumiu o cargo em janeiro.
Trump, em uma publicação nas redes sociais, disse que nomearia Waltz como o próximo embaixador dos EUA nas Nações Unidas, acrescentando que “ele tem trabalhado duro para colocar os interesses da nossa nação em primeiro lugar”.
Mais cedo nesta quinta, diversas fontes disseram que Trump havia decidido forçar Waltz a deixar seu cargo na Casa Branca.
A escolha de Rubio por Trump para substituir Waltz temporariamente marcará a primeira vez desde Henry Kissinger, na década de 1970, que uma pessoa ocupará os cargos de secretário de Estado e conselheiro de segurança nacional ao mesmo tempo.
“Quando tenho um problema, ligo para o Marco. Ele resolve”, disse Trump em um evento na Casa Branca nesta quinta-feira.
O conselheiro de segurança nacional é uma função poderosa nos EUA, mas que não requer confirmação do Senado. Trump teve quatro conselheiros de segurança em seu primeiro mandato: Michael Flynn, HR McMaster, John Bolton e Robert O’Brien.
Ex-parlamentar republicano de 51 anos da Flórida, Waltz enfrentou críticas dentro da Casa Branca quando foi pego em um escândalo em março, envolvendo um bate-papo no aplicativo de mensagens Signal entre os principais assessores de segurança nacional de Trump.
O vice de Waltz, Alex Wong, um especialista em Ásia que foi funcionário do Departamento de Estado focado na Coreia do Norte no primeiro mandato de Trump, também está deixando o cargo, disseram duas fontes à Reuters.
A demissão de Waltz encerra um mês de turbulência na equipe de segurança nacional de Trump. Desde 1º de abril, pelo menos 20 membros do Conselho de Segurança Nacional (NSC) foram demitidos, o diretor da Agência de Segurança Nacional (NSA) foi afastado e três indicados políticos de alto escalão do Pentágono também deixaram seus cargos.
Waltz foi acusado de adicionar acidentalmente o editor da revista The Atlantic a um tópico privado que descrevia detalhes de uma iminente campanha de bombardeios dos EUA no Iêmen. Posteriormente, a revista noticiou o incidente.
Em uma reunião subsequente do gabinete, com Waltz presente, Trump expressou sua preferência por manter tais conversas em um ambiente seguro, um claro sinal de seu descontentamento. Mas ele e outros integrantes da Casa Branca expressaram confiança em Waltz na época.
No entanto, a controvérsia do Signal não foi o único fator contra Waltz aos olhos de Trump, disseram fontes.
Uma pessoa familiarizada com a dinâmica interna do Gabinete disse que Waltz era muito agressivo para Trump e era visto como alguém que não coordenava efetivamente a política externa entre diversas agências, um papel fundamental para o conselheiro de segurança nacional.
Outra fonte disse que Trump queria chegar à marca de 100 dias de seu mandato antes de demitir uma autoridade de nível ministerial.