A Enel informou nesta quarta-feira, 17, que realizará um investimento de 10 bilhões de reais em sua rede de distribuição em São Paulo. O anúncio ocorre um dia após o Ministério de Minas e Energia e o governo paulista solicitarem a caducidade da concessão da empresa. O foco principal será a transição para redes subterrâneas.
O novo plano de investimentos marca uma mudança de postura da companhia, que anteriormente considerava o enterramento dos fios inviável financeiramente. Além da rede subterrânea, os recursos serão aplicados na digitalização da fiscalização e em medidas preventivas para aumentar a resiliência do sistema elétrico.
Crise no fornecimento e pressões políticas
O pedido de extinção do contrato foi motivado por sucessivas falhas no fornecimento de energia na região metropolitana de São Paulo. Na última semana, milhões de clientes ficaram sem luz por mais de cinco dias após temporais. O governador Tarcísio de Freitas e o prefeito Ricardo Nunes lideram a pressão junto à Aneel.
A empresa defende que tem ampliado a contratação de pessoal e aumentado os gastos com manutenção e poda de árvores em cerca de 16,8% neste ano. Segundo a Enel, o quadro de funcionários cresceu 15% em 2025, somando mais de 4,6 mil profissionais para atender a demanda operacional e emergencial.
Processo de monitoramento e indicadores
A Aneel confirmou que incluiu as interrupções recentes em um processo de monitoramento que já tramitava desde o apagão de outubro de 2024. A agência reguladora já emitiu um termo de intimação, etapa obrigatória que antecede a recomendação final de caducidade ao governo federal.
A Enel registrou receita líquida superior a 16 bilhões de reais até setembro de 2025. A concessionária afirma cumprir integralmente os indicadores regulatórios e estar disposta a colaborar com as instituições públicas para definir como os novos investimentos maciços em infraestrutura serão remunerados.










































