O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em pronunciamento em cadeia de rádio e televisão no domingo, 30 de novembro, que a desigualdade no Brasil atingiu o menor patamar da história. O foco da sua fala foi a sanção da isenção do Imposto de Renda (IR) para trabalhadores que ganham até R$ 5 mil, medida que entra em vigor a partir de janeiro.
A sanção presidencial ocorreu em Brasília na última quarta-feira, 26 de novembro de 2025. O pronunciamento visou dar maior publicidade ao cumprimento de uma das principais promessas de campanha de 2022.
Combate à desigualdade com nova taxação
Em sua fala de aproximadamente seis minutos, o presidente citou programas sociais como o Pé-de-Meia, Luz do Povo e Gás do Povo. Lula da Silva enfatizou que, apesar da redução, o Brasil continua sendo um dos países mais desiguais do mundo. O presidente destacou que o 1% mais rico acumula 63% da riqueza nacional, enquanto a metade mais pobre detém apenas 2%.
“A mudança no Imposto de Renda é um passo decisivo para mudar essa realidade, mas é apenas o primeiro”, disse o presidente. Ele reforçou que o objetivo é fazer com que a população brasileira tenha direito à riqueza produzida pelo seu trabalho, prometendo seguir combatendo os privilégios de poucos.
Impacto de R$ 28 bilhões na economia
Lula apresentou cálculos para que os beneficiados pela medida tenham noção da economia anual. Uma pessoa com salário de R$ 4.800 poderá economizar cerca de R$ 4 mil em um ano com a isenção do IR. O presidente comparou essa economia a quase um décimo quarto salário.
Segundo os cálculos do governo, o dinheiro extra nas mãos dos trabalhadores beneficiados deve injetar R$ 28 bilhões na economia nacional.
Para compensar a perda de arrecadação do Estado, a nova lei prevê o aumento da taxação para altas rendas. Serão cerca de 140 mil super-ricos incluídos na cobrança de 10% de imposto sobre a renda. O presidente lembrou que a compensação virá sobre a taxação de pessoas que ganham “vinte, cem vezes mais” do que 99% da população.
Tabela e alíquotas para super-ricos
A nova lei não corrigiu toda a tabela do Imposto de Renda. Ela apenas aplica a isenção e descontos para as novas faixas de renda estabelecidas. Quem ganha mais de R$ 7.350 continuará pagando a alíquota de 27,5% de IR. O governo calcula que uma correção total da tabela custaria mais de R$ 100 bilhões anuais aos cofres públicos.
Para compensar a perda de arrecadação, o texto prevê uma alíquota extra progressiva de até 10% para aqueles que recebem mais de R$ 600 mil por ano (R$ 50 mil por mês). Estima-se que 140 mil contribuintes serão afetados.
Atualmente, contribuintes pessoas físicas de alta renda recolhem, em média, uma alíquota efetiva de 2,5% de IR sobre seus rendimentos totais, incluindo distribuição de lucros e dividendos. Enquanto isso, trabalhadores em geral pagam uma média de 9% a 11% sobre seus ganhos.











































