O Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF) enfrenta desafios técnicos únicos para levar água a regiões do semiárido nordestino situadas a centenas de metros acima do nível do rio. Em alguns trechos, o volume captado é elevado em cerca de 200 metros — equivalente a um edifício de 65 andares — antes de seguir por gravidade para os pontos de distribuição.
Segundo Bruno Cravo, diretor do Departamento de Projetos Estratégicos da Secretaria Nacional de Segurança Hídrica (SNSH), do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), a obra exige engenharia robusta para garantir que a água chegue a regiões elevadas: “O esforço técnico envolvido nessa obra é gigante“, afirmou.
No Eixo Norte, as estações de bombeamento superam um desnível total de 188 metros ao longo de 82 quilômetros, distribuindo água desde Cabrobó até Salgueiro, em Pernambuco. Já o Eixo Leste, com extensão de 170,6 quilômetros, possui seis estações que elevam a água em um total de 332,43 metros, altura comparável a um prédio de mais de 110 andares.
Após a elevação, a água segue por gravidade através de canais, aquedutos e túneis, totalizando cerca de 477 quilômetros de percurso. O sistema garante abastecimento a estados como Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte, beneficiando diretamente 12 milhões de pessoas em aproximadamente 390 municípios.
O ministro Waldez Góes destacou que a transposição também promove desenvolvimento local: “Onde chega a água, chega o desenvolvimento, melhora a vida das pessoas e a condição de vida no local“, afirmou.
A obra demonstra como engenharia e políticas públicas podem enfrentar os desafios do semiárido, transformando o Rio São Francisco em instrumento estratégico de segurança hídrica e desenvolvimento social no Nordeste.










































