O Conselho Global sobre Desigualdades, Aids e Pandemias lançou nesta quarta-feira, 17 de dezembro, a versão em português do relatório “Rompendo o ciclo da desigualdade”. O documento foi apresentado durante uma reunião da ONU em que o Brasil preside o conselho do Unaids. O estudo argumenta que a desigualdade não é inevitável, mas sim uma escolha política que compromete a segurança sanitária global.
De acordo com o relatório, níveis elevados de desigualdade facilitam a disseminação de doenças e dificultam as respostas nacionais. O risco de morte em crises sanitárias é significativamente maior em sociedades desiguais. O estudo aponta que a diminuição da pobreza é um fator determinante para aumentar a resiliência das comunidades contra surtos de Ebola, Influenza e Mpox.
A análise revela que os últimos cinco anos aprofundaram as diferenças entre os países, especialmente após a Covid-19. Um exemplo atual é o acesso a novas tecnologias para prevenção do HIV, como injeções de longa duração, cujo alcance ainda é determinado pelo poder econômico. O conselho reforça que a demora em combater pandemias gera um impacto severo no desenvolvimento econômico mundial.
Para interromper esse ciclo, o relatório propõe quatro recomendações principais: a reorganização do sistema financeiro global com renegociação de dívidas, investimento em proteção social, fortalecimento da produção regional de medicamentos e a criação de redes de governança entre governos e sociedade civil. O objetivo é garantir que vacinas e tratamentos sejam tratados como bens públicos essenciais.











































