O Dia Mundial de Luta contra o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), celebrado em 1º de dezembro, e o início do Dezembro Vermelho marcam a conscientização sobre HIV e aids. A data é um momento de celebrar os avanços brasileiros e de alertar sobre o estigma e a prevenção.
Em Brasília, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou as conquistas do governo no combate ao vírus. “O Brasil tem muito a celebrar hoje com a redução da mortalidade, com a eliminação da transmissão vertical como problema de saúde pública”, afirmou. O ministro creditou os resultados ao Sistema Único de Saúde (SUS) e ao Programa Nacional de Combate à aids.
O Brasil e as metas globais da OMS
O Brasil é signatário da proposta da Organização Mundial da Saúde (OMS) que visa a eliminação da aids como problema de saúde pública até 2030. Para isso, o país adota a meta conhecida como 95-95-95:
95% das pessoas vivendo com HIV e/ou aids diagnosticadas.
95% das pessoas diagnosticadas em tratamento.
95% das pessoas em tratamento com carga viral suprimida (abaixo de 1.000 cópias/mL).
Além destes objetivos, o Brasil pactuou a redução da taxa de incidência de HIV e do número de óbitos por aids em 90% até 2030, em comparação aos índices de 2010.
Desigualdade e o estigma da doença
Apesar do progresso, Padilha alertou que a data também serve para enfrentar as desigualdades no acesso universal à prevenção e ao cuidado. “Tem muita coisa para alertar ainda, muito para melhorar, para cuidar das pessoas, no acesso à saúde, no combate ao estigma, na prevenção”, publicou o ministro em sua rede social.
O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, também alertou em mensagem global que décadas de progresso estão em risco devido à interrupção de programas e a leis punitivas. “Acabar com a aids significa empoderar comunidades, investir em prevenção e ampliar o acesso ao tratamento para todas as pessoas”, declarou Guterres.
O panorama do HIV/aids no país
O Boletim Epidemiológico – HIV e Aids (2024) do Ministério da Saúde indica que o Brasil contabilizou 1.165.599 casos de infecção desde 1980 até 2024. A média anual de novos casos ficou em torno de 36 mil nos últimos cinco anos.
Em 2023, foram notificados 46.495 casos de infecção pelo HIV no Brasil, um aumento de 4,5% em relação ao ano anterior. Os dados mostram a persistência de desigualdades:
Raça: 63,2% dos novos casos em 2023 foram de pessoas autodeclaradas negras (pardas e pretas).
Transmissão: A principal via de transmissão continua sendo a sexual (75,3%).
Idade e Gênero: A maior concentração de casos de aids é observada entre 25 e 39 anos, com predomínio no sexo masculino (68,4%). A faixa etária acima de 60 anos apresentou aumento de 33,9% no número de casos entre 2015 e 2023.
A taxa de detecção em gestantes atingiu 3,3 casos por mil nascidos vivos em 2023, refletindo um aumento de 33,2% na última década, predominando em gestantes negras e naquelas com idades entre 20 e 29 anos.
O número de óbitos por aids em 2023 foi de 10.338, sendo que 63% ocorreram entre pessoas negras. A razão de sexos aponta 21 óbitos entre homens para cada dez óbitos entre mulheres.











































