O Ministério da Saúde deu nesta quarta-feira, 23 de julho de 2025, o pontapé inicial para as ações do programa Agora Tem Especialistas. A iniciativa visa ampliar o número de médicos especialistas nas regiões mais necessitadas do país e reduzir o tempo de espera no atendimento especializado. Segundo a pasta, o edital para a seleção dos profissionais será publicado amanhã, 24 de julho.
As inscrições para o programa Agora Tem Especialistas começam na próxima segunda-feira, 28 de julho, e vão até o dia 10 de agosto. Serão oferecidas 1.778 vagas, com 635 delas para início em 15 de setembro. As inscrições podem ser feitas na plataforma da Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde (SUS).
Inicialmente, 239 vagas são destinadas a profissionais com alguma especialidade para atuarem na Região Nordeste, 146 para a Região Norte, 168 para o Sudeste e 37 para o Sul. Além disso, serão ofertadas 1.143 vagas para cadastro de reserva. O Ministério da Saúde estima que cerca de R$ 98 milhões serão disponibilizados até 2026 para a iniciativa.
O programa, lançado por meio da Medida Provisória 1301/25, prevê o direcionamento de especialistas para regiões com difícil acesso a esses profissionais. Também visa o aprimoramento de profissionais em áreas como oncologia, ginecologia, cardiologia, saúde de mulheres, crianças e adolescentes, anestesiologia, atenção e cuidados com pessoas com deficiência e reabilitação.
A preocupação com a distribuição de especialistas pelo país motivou a criação do programa. Dados do Ministério da Saúde mostram que a maior parte dos especialistas se concentra em apenas três unidades da federação: Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo. No total, o país possui 244.141 médicos generalistas (40,9%) e 353.287 especialistas (59,1%), mas estes últimos atuam predominantemente na iniciativa privada e se concentram nos grandes centros urbanos.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que a iniciativa vai ampliar o acesso e reduzir o tempo de espera da população por consultas, exames e cirurgias, acelerando o diagnóstico de doenças como o câncer.
“o primeiro caminho é tentar aprimorar a capacidade de atendimento das estruturas que já existem no SUS”, disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em coletiva sobre o programa, em Brasília.
Outro eixo do programa se destina à qualificação de profissionais, por meio de programas de residência. A expectativa da pasta é formar cerca de 3 mil profissionais até 2028.
Segundo as regras, os especialistas contratados atuarão em equipamentos como policlínicas e laboratórios especializados. Além disso, eles disponibilizarão quatro horas de atividades educacionais, que podem ser por mentorias ou imersões.
Padilha destacou que a medida prevê também a parceria com entidades de saúde privadas e filantrópicas para a realização de consultas, exames e cirurgias de pacientes do SUS como contrapartida para sanar dívidas junto à União. Da mesma forma, os planos de saúde poderão ressarcir os valores ao SUS através de atendimento, como consultas, exames e cirurgias.
Segundo o ministro, esse é um caminho para a formação e fixação desses profissionais em áreas que não contam com serviços especializados.
“é um caminho estruturante de formar mais médicos especialistas, com qualidade, mais profissionais da residência multiprofissional, perseguindo sempre a qualidade”, apontou.