A Parceria para a Eliminação das Doenças Socialmente Determinadas, lançada nesta segunda-feira, 7 de julho de 2025, pelos países do Brics, tem como um de seus principais objetivos aumentar a capacidade de produção de medicamentos e vacinas no Sul Global. A afirmação foi feita pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante a 17ª Cúpula do grupo, realizada no Rio de Janeiro.
O ministro Padilha citou como exemplos as parcerias já estabelecidas com a China e a Índia para a produção de insulina humana e de medicamentos contra a tuberculose. “Isso garante a segurança e a soberania para os países do Brics, em especial o Brasil. O Brasil hoje voltou a produzir insulina humana. A gente tinha deixado de produzir”, destacou.
Posicionamento Político e Redução da Dependência
Além de fortalecer a capacidade de produção de insumos médicos e reduzir a dependência de outros países, essa parceria representa um posicionamento político do Brics. Segundo Padilha, o bloco se contrapõe a atitudes recentes de nações como os Estados Unidos.
“Estamos vivendo um momento em que presidentes de países criticam a Organização Mundial de Saúde, reduzem o financiamento da OMS, fazem campanha contra a vacina, saem de grupos internacionais produtores de vacina. Os Brics estão fazendo um contraponto a isso. Eles estão dizendo aqui que saúde e a vida importam”, afirmou o ministro.
Padilha também anunciou que o Brasil apresentou um projeto de R$ 1,5 bilhão ao Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o banco do Brics, para a criação de um instituto tecnológico de medicina inteligente no país, em parceria com a China. A iniciativa prevê a construção de um hospital com essa nova tecnologia e a disseminação do conceito para unidades de tratamento intensivo em todo o Brasil.