O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) foi retirado à força por agentes da Polícia Legislativa Federal na tarde desta terça-feira, 9 de dezembro de 2025, após ocupar a cadeira da presidência no Plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília. O protesto do parlamentar teve início após o presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciar a inclusão na pauta do pedido de cassação do próprio Glauber Braga, juntamente com os processos de Carla Zambelli (PL-SP) e Delegado Ramagem (PL-RJ), além do projeto para reduzir as penas dos envolvidos na chamada “trama golpista”.
Retirada forçada de Glauber Braga gera críticas
A ocupação da cadeira de presidente da Câmara dos Deputados foi uma resposta de Glauber Braga à pauta anunciada. O deputado, que pode perder o mandato por ter agredido um militante do MBL em 2024, criticou a postura do presidente Hugo Motta. Braga comparou a sua retirada forçada com um protesto anterior da oposição, em agosto, quando deputados obstruíram a mesa diretora por cerca de 48 horas sem sofrerem punição ou remoção à força.
“Que me arranquem desta cadeira e me tirem do plenário”, disse o deputado antes de ser removido. Menos de uma hora após o início do protesto, a Polícia Legislativa agiu.
TV Câmara tem sinal cortado e imprensa é retirada
Durante a ação da Polícia Legislativa para retirar Glauber Braga, o sinal da TV Câmara, que transmitia a sessão ao vivo no Plenário Ulysses Guimarães, foi imediatamente cortado. A imprensa também foi retirada de forma obrigatória, sendo impedida de acompanhar a situação. Não foi informado, até o momento, se a decisão de cortar a transmissão e esvaziar o local partiu do presidente Hugo Motta.
O deputado do PSOL foi levado para o Salão Verde, com as roupas rasgadas, onde falou com a imprensa e aliados sobre o ocorrido. Ele fez duras críticas à ação, que considerou seletiva.
Ação é classificada como ‘ofensiva golpista’
Em sua declaração à imprensa, Glauber Braga criticou a diferença de tratamento em relação à obstrução feita por opositores no passado. “Com os golpistas que sequestraram a mesa, sobrou docilidade, agora com quem não entra no jogo deles, é porrada”, afirmou.
O parlamentar classificou o pacote de votações, incluindo a anistia para golpistas e o seu processo de cassação, como uma “ofensiva golpista”. Ele ressaltou que a votação de sua cassação, prevista para a quarta-feira, 10 de dezembro, não é um fato isolado e faz parte de uma tentativa de ferir as liberdades democráticas.
Em nota divulgada pela rede social X, o presidente da Câmara, Hugo Motta, rebateu as acusações. Ele afirmou que Glauber Braga “desrespeitou a Câmara dos Deputados e o Poder Legislativo”. Motta defendeu que “extremismos testam a democracia todos os dias” e que a democracia deve ser protegida “do grito, do gesto autoritário, da intimidação travestida de ato político”. Motta também informou ter determinado a apuração de possíveis excessos na cobertura da imprensa durante o incidente.












































