O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), defendeu a implementação de políticas afirmativas no Poder Judiciário. A declaração foi feita nesta terça-feira (24), durante sua última sessão à frente do CNJ, onde apresentou dados de um relatório que evidenciam a baixa representatividade de pessoas negras na magistratura.
A pesquisa “Justiça em Números” revela que, dos mais de 18 mil magistrados no Brasil, apenas 14,3% se declaram negros. O percentual é muito inferior à parcela da população brasileira que se identifica como preta ou parda, que representa cerca de 50%. Barroso citou iniciativas como bolsas de estudo para candidatos negros, indígenas e com deficiência, como forma de reverter esse cenário.
O estudo também mostrou que os gastos do Poder Judiciário totalizaram R$ 146,5 bilhões em 2024, um aumento de 5,5% em relação ao ano anterior. Apesar do custo, Barroso defendeu que o serviço prestado “vale muito”, já que as receitas com taxas e multas cobrem mais da metade das despesas. Na próxima semana, o ministro Edson Fachin assumirá a presidência do CNJ, com Alexandre de Moraes na vice-presidência.