No xadrez político de Rondônia, 2026 promete ser o ano em que todo mundo quer ser vice de todo mundo. O jogo virou, e virou de vez.
Nos bastidores, o que se ouve é que o ex-prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves, que até pouco tempo era apontado como candidato natural ao Governo, pode aparecer como vice de Adailton Fúria, atual prefeito de Cacoal. E, pasme, há quem diga o contrário também, que Fúria poderia ser o vice de Hildon, dependendo de quem conseguir mais fôlego (e mais apoios) até lá.
No outro tabuleiro, o deputado federal Fernando Máximo e o senador Marcos Rogério vivem um dilema semelhante: um tenta ser cabeça de chapa, mas ambos já estudam a possibilidade de dividir o mesmo palanque. A dúvida é: quem topa segurar a faixa de “vice”?
Enquanto isso, o governador Coronel Marcos Rocha, que flerta com a ideia de disputar o Senado, parece inclinado a fazer o oposto: ficar no cargo até o fim do mandato e lançar um sucessor direto, seu chefe da Casa Civil, para compor talvez como vice de Adailton Fúria. A fórmula seria simples: manter o grupo unido e garantir sobrevida política.
Nos bastidores do Podemos, o prefeito da capital, Léo Moraes, também joga o seu trunfo: Flori Cordeiro, prefeito de Vilhena, surge como um nome para ser vice em uma chapa “de peso”, capaz de representar o eixo capital-interior.
Mas o embaralhamento não para aí. Surge ainda Joliana Tamires Fúria, esposa do prefeito de Cacoal, que teve votação expressiva para deputada federal em 2022 e é vista como uma “bala de prata” no caso de Fúria decidir seguir outro rumo, talvez rumo ao Senado.
E se até poucos meses atrás o vereador Thiago Tezzari aparecia como opção real de vice em uma chapa majoritária, a Operação Face Oculta tratou de riscar seu nome da lista. O escândalo esfriou qualquer possibilidade de voo mais alto, pelo menos por enquanto.
O cenário, portanto, é de indefinições e acordos cruzados. Hoje, em Rondônia, todo mundo quer ser cabeça de chapa, mas ninguém quer sair do jogo. A cada semana, um novo “vice” é desenhado nos bastidores, e o eleitor, como sempre, só vai descobrir as peças definitivas quando o tabuleiro já estiver prestes a virar.
FRASE DO DIA: “Eu achava que a política era a segunda profissão mais antiga. Hoje vejo que ela se parece muito com a primeira.”