Os dados de acidentes de trânsito no Brasil são alarmantes e preocupantes. O presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), José Hiran Gallo, apresentou estimativas que mostram mais de 32 mil mortes anuais. Isso representa, em média, 92 vítimas perdidas por dia no país.
Ainda mais grave é o cenário das lesões. Para cada vida perdida, há pelo menos 10 pessoas com sequelas no trânsito graves ou permanentes. Hiran Gallo participou do 16º Congresso Brasileiro de Medicina do Tráfego, em Salvador, em 16 de setembro de 2025.
“Falamos de jovens que deixam de estudar, homens e mulheres impossibilitados de trabalhar, famílias que passam a conviver com a dependência e o sofrimento prolongado”, disse o presidente do CFM. O alto número de vítimas coloca o Brasil entre os países com maior índice absoluto do mundo.
Medicina do Tráfego e Custos Astronômicos
Diante do cenário, Hiran Gallo defendeu a relevância da medicina do tráfego. A especialidade une a prática clínica ao compromisso social. Ela é fundamental para fornecer dados e soluções que orientam decisões do Estado brasileiro e as políticas públicas de segurança.
O presidente do CFM também destacou os custos provocados pelos sinistros de trânsito, classificados por ele como “astronômicos”. Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estimam o impacto anual em R$ 50 bilhões.
“É o resultado da soma de despesas hospitalares e com reabilitação aos gastos da previdência social e aos prejuízos na produtividade”, explicou.
O valor dos prejuízos drena recursos públicos que poderiam ser investidos em outras áreas. “Cada sinistro grave no trânsito representa não apenas tragédias pessoais e familiares, mas também um prejuízo para a coletividade”, concluiu Hiran Gallo.