O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quinta-feira, 31 de julho de 2025, que a Advocacia-Geral da União (AGU) tome as medidas necessárias para a extradição da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). A decisão foi proferida após o Supremo ser oficialmente notificado sobre a prisão da parlamentar, que ocorreu em Roma, na Itália.
Prisão e Condenação de Zambelli
Carla Zambelli foi presa em Roma na última terça-feira, 29 de julho, enquanto tentava evitar o cumprimento de um mandado de prisão expedido por Moraes. A deputada, que possui dupla cidadania, havia deixado o Brasil em busca de asilo político na Itália.
Sua fuga se deu após a condenação pelo STF a dez anos de prisão pela invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorrida em 2023. Além da pena de reclusão, Zambelli foi condenada a pagar R$ 2 milhões em danos coletivos. As investigações apontam Zambelli como a mentora intelectual da invasão, que teve como objetivo emitir um falso mandado de prisão contra o próprio ministro Alexandre de Moraes. Walter Delgatti, também condenado, confirmou ter executado o hackeamento a mando da parlamentar.
O Processo de Extradição
O pedido de extradição de Carla Zambelli foi formalizado em 11 de junho pelo ministro Alexandre de Moraes e, em seguida, encaminhado pelo Itamaraty ao governo italiano. O documento inclui a cópia da decisão que condenou a deputada e os artigos do Código Penal que fundamentaram a sentença.
O texto destaca que Zambelli “comandou a invasão a sistemas institucionais utilizados pelo Poder Judiciário […] com o fim de adulterar informações, sem autorização expressa ou tácita de quem de direito”. Moraes também garantiu que, caso a extradição seja autorizada, Zambelli não será submetida a prisão ou processo por fatos anteriores ao pedido, não receberá pena perpétua, sua pena não será agravada por motivos políticos, e ela não será sujeita a tortura ou tratamentos desumanos.