Em 2016, durante a gestão do ex-governador Confúcio Moura (MDB), o problema da Fazenda Pau D’Óleo foi alvo de uma tentativa de solução por parte do Estado, por meio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam) e da Agência de Defesa Sanitária Agrossilvopastoril de Rondônia (Idaron).

A proposta, determinada pelo então gestor da pasta, previa o abate dos animais como medida de controle populacional, já que os búfalos se reproduzem desordenadamente há mais de 50 anos, sem a presença de predadores naturais. Inicialmente, foi estabelecida a contratação de um frigorífico para realizar o abate, mas, nove anos depois, o problema persiste e volta à cena.

Desta vez, a questão ganhou novos contornos após uma ação do Ministério Público Federal (MPF), que exige que o Estado tome providências diante do crescimento descontrolado da população de búfalos. Segundo o MPF, a situação tem agravado a degradação da Reserva Biológica do Vale do Guaporé, localizada no município de Costa Marques, na região oeste de Rondônia.

Na ação judicial, o MPF solicita que a Justiça Federal determine ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) a realização de estudos, em conjunto com o Estado, para definir meios eficazes de controle dos animais. Além disso, o órgão alerta para o risco sanitário, já que os búfalos não são vacinados, o que pode representar uma ameaça à pecuária local.

Até 2016, o governo estadual, por meio dos órgãos ambientais, estimava a população de búfalos em torno de 6 mil cabeças. No entanto, sem qualquer controle reprodutivo, esse número pode ter triplicado em 2025. Para a região, que abriga uma das mais importantes reservas ambientais de Rondônia e do Brasil, os animais se tornaram um verdadeiro pesadelo.

Os búfalos da Fazenda Pau D’Óleo chegaram a Rondônia na década de 1950, exportados da Ilha de Marajó, no Pará. Inicialmente, eram cerca de 100 animais, destinados ao abastecimento do comércio de carne na região de Costa Marques. No entanto, com o passar dos anos, foram abandonados e passaram a se reproduzir sem qualquer controle.
Atualmente, a situação se agravou a ponto de os animais invadirem a reserva em busca de alimento, destruindo a vegetação, conforme apontam levantamentos de órgãos de defesa ambiental. A busca por soluções para o controle desse rebanho vem sendo debatida há décadas, mas, até agora, sem medidas eficazes para conter o avanço dos búfalos sobre o Vale do Guaporé.