A conceituada revista norte-americana Nature traz mais uma pesquisa em torno da floresta amazônica. Com base nos estudos de cientistas da Universidade Federal de Santa Catariana (UFSC), a floresta amazônica já tem prazo para colapsar.
Segundo os pesquisadores, o processo de ‘não retorno’ deve iniciar a partir de 2050, ou seja, daqui há 26 anos. Para os estudiosos, se a humanidade quiser continuar existindo terá que correr contra o tempo. E as ações devem ser postas em prática urgente. Marina Hirota e Bernardo Flores, coordenam os estudos pela UFSC que teve a colaboração de outros estudiosos daqui do Brasil, dos EUA e Europa.
Como os pesquisadores chegaram no prognóstico? Para responder a dúvida, a estudiosa, Marina Hirota lembra que foi necessário criar critérios para acompanhar o processo de ‘adaptação” da floresta. Entre os quais estavam: O aquecimento global; as chuvas anuais; a sazonalidade apresentada por essas chuvas; o tempo da estação seca e o desmatamento acumulado.
Segundo a pesquisadora, o trabalho teve como base “levantar todas as áreas das ciências da terra e outras que podiam surgir. Entre elas as que falam acerca de mudanças do passado, do presente e futuro. Essas cinco categorias emergiram como potenciais, com valores já propostos, como pontes de não retorno para a Amazônia em diferentes escalas”, declara a cientista.
Os estudos estabelecem até prazos para os processos na Amazônia serem desencadeados. Diz que nos próximo 25 anos, esse ponto de ‘não retorno’ será entre 10% e 47%. O cenário poderá contar com situações provocadas pelo aquecimento global. Em meio a tudo isso, estarão as catástrofes com “as queimadas descontroladas, a extrema seca e a falta de chuvas”. São, justamente os fatores de maior prejuízo da floresta.
A cientista declara, a Amazônia tem mais de um cenário o qual os cientistas avaliam com condição ambiental extremamente estressante. Isso vem colocando “pressão” na floresta. “Existe a tendência de aumento de temperatura. Quanto mais essa temperatura aumenta, mais se torna um fator preponderante a ser observado. Temos lugares que tem mais incidência a eventos de extrema seca. A gente tem territórios indígenas que sofrem com isso. Vimos que 10% da Amazônia está sobre pressão de dois ou mais fatores. Quantos mais fatores, mais sinergia e mais rápidos as coisas mudam”.
Com informações de Nature e A Crítica.