Por Carlos Caldeira
Mesmo depois da grande operação dos órgãos de fiscalização em combate ao garimpo ilegal às margens do Rio Madeira, que apreendeu e destruiu diversas dragas e proibiu a atividade ilegal, dragas tentaram operar em uma área próxima a Porto Velho, mais precisamente no Portochuelo, que fica entre os Portos Amaggi e Bertolin. A denúncia relatada na SEDAM e Polícia Federal dá conta de que dragas estão operando a todo vapor na área e que os garimpeiros chegam ao local depois das 23 horas e iniciam a operação com suas dragas, que usam uma espécie de maraca que fica acoplada ao motor e ao duto que conduz a areia e ao cascalho à superfície.
Como aparentemente os garimpeiros identificaram uma grande veia de ouro na margem direita do rio, e essa veia fica praticamente no barranco, as tubulações com as maracas perfuram de uma a dez metros, a argila no próprio barranco, o que está gerando o desmoronamento de uma grande área, até o momento, equivalente a dez campos de futebol. A cada nova fumaça, os moradores vão ao local, sempre na parte do dia, já que à noite, segundo eles, é muito perigoso, pois quando os garimpeiros estão no local e percebem a presença de outras pessoas na mata, eles ficam hostis e até ameaçam. O momento é de tensão no local.
O perigo da garimpagem com o ataque aos barrancos em busca do metal precioso pode deixar toda aquela região sem energia, já que um poste de iluminação está bem próximo da área que está sendo mais explorada, e esse poste pode cair a qualquer momento, além de deixar a região sem energia, podendo também causar danos aos próprios garimpeiros, caso caia em cima de suas dragas.
Nossa equipe vem monitorando a área desde o ano passado, e pelas imagens, podemos perceber o dano causado entre os meses de novembro de 2022 a março de 2023. Alguns moradores relataram, na condição de anonimato, que “os garimpeiros não estão ali, se arriscando, por gramas de ouro, que ali deve estar extraindo muito mais que meras gramas…”