A Confederação Nacional das Indústrias (CNI) avaliou como um “avanço concreto” a reunião por videoconferência realizada nesta segunda-feira (6) entre o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O presidente da CNI, Ricardo Alban, afirmou que o encontro reforça “o respeito mútuo e a relação entre os dois países”. Ele destacou a relevância do diálogo para o setor produtivo. “Para a indústria, é muito relevante esse avanço das tratativas. Desde o início, nós defendemos o diálogo”, disse Alban.
Negociação para Isenção de Tarifas Adicionais
Durante a conversa, o presidente Lula solicitou a Trump a revogação da tarifa adicional imposta sobre produtos brasileiros.
Segundo a CNI, caso a demanda seja aceita pelos EUA, abriria-se espaço para isentar US$ 7,8 bilhões em exportações brasileiras para o mercado estadunidense.
“O que está em jogo não é um ganho extra para o Brasil, mas a recuperação de espaço comercial”, afirmou Alban. O presidente da CNI defendeu que a isenção traria “previsibilidade e competitividade” às exportações. Essa correção de distorções afetaria positivamente a indústria e o emprego no Brasil.
O Anexo de Isenções Tarifárias
A possibilidade de isenção está vinculada à inclusão do Brasil no anexo Potential Tariff Adjustments for Aligned Partners (Ajustes Tarifários Potenciais para Parceiros Aliados).
Este anexo foi apresentado pela Ordem Executiva dos EUA nº 14.346, de 5 de setembro, e lista 1.908 produtos que podem receber isenções tarifárias. A condição para que os países se beneficiem é assumir compromissos em matéria de comércio e segurança.
A análise da CNI indica que o anexo abrange 18,4% do que foi exportado pelo Brasil para os EUA em 2024. Este percentual se somaria aos 26,2% que já estão isentos de tarifas adicionais. Produtos como café, cacau, frutas e produtos metálicos estão entre os itens brasileiros que seriam beneficiados.