O Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé) está defendendo a inclusão do café na lista de produtos brasileiros que serão isentos da taxação de 50% imposta pelos Estados Unidos. Nesta quarta-feira, 30 de julho de 2025, o presidente norte-americano, Donald Trump, oficializou a proposta de taxação para produtos brasileiros, e o café foi incluído entre os itens a serem tributados. A Ordem Executiva, no entanto, traz cerca de 700 exceções, como suco de laranja, combustíveis, minérios, fertilizantes e aeronaves civis.
O Cecafé informou que continuará as negociações com seus parceiros nos Estados Unidos, incluindo a National Coffee Association (NCA), para que o café seja adicionado à lista de produtos isentos. Márcio Ferreira, presidente do Conselho Deliberativo do Cecafé, e Marcos Matos, diretor-geral da entidade, alertam que a medida “implicará elevação desmedida de preços e inflação, uma vez que esses tributos serão repassados à população americana no ato da compra”.
Importância da Relação Cafeira Brasil-EUA
A relação comercial do café entre Brasil e Estados Unidos é crucial para ambos os países.
Segundo o Cecafé, a relação cafeeira entre Estados Unidos e Brasil é “imprescindível uma à outra”. O café brasileiro representa mais de 30% do mercado norte-americano, e o Brasil é o principal exportador do produto para os Estados Unidos. O conselho destacou que os Estados Unidos respondem por 16% das exportações brasileiras de café, ressaltando a relevância dessa parceria.
A entidade também apontou a importância do café para os consumidores americanos, com 76% da população consumindo a bebida e gastando cerca de US$ 110 bilhões anualmente em café e itens relacionados, o equivalente a US$ 301 milhões por dia.
Impacto nos Cafés Especiais
A Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) alerta para os efeitos da taxação no segmento de cafés de qualidade.
A Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) manifestou preocupação, afirmando que a medida impactará a comunidade do café especial e os segmentos envolvidos com cafés de qualidade em todo o mundo, com foco especial no Brasil. Os Estados Unidos são o principal mercado importador dos cafés especiais do Brasil, adquirindo aproximadamente 2 milhões de sacas desse produto, com uma receita superior a US$ 550 milhões por ano.