O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) informou que, embora 75% dos minérios exportados para os Estados Unidos tenham sido incluídos na lista de exceções, o setor ainda sofrerá impacto com a nova taxação. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira, 30 de julho de 2025, uma Ordem Executiva que confirma a aplicação de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. O documento, no entanto, inclui uma lista de cerca de 700 produtos isentos, como suco de laranja, combustíveis, alguns minérios, fertilizantes e aeronaves civis.
Uma análise preliminar do Ibram, baseada no decreto divulgado, indica que dos US$ 1,53 bilhão em exportações minerais brasileiras destinadas ao mercado norte-americano – valor que representa 4% do total das exportações minerais do Brasil –, cerca de 75% estão nas exceções. Isso significa que 25% das exportações de minérios serão impactadas. Os minerais liberados da taxação imposta por Trump são: caulim, cobre, manganês, vanádio, bauxita e algumas pedras e rochas ornamentais. As novas taxas entrarão em vigor em sete dias, a partir de 6 de agosto de 2025.
Setor Mineral em Análise
O Ibram continua a estudar os detalhes do decreto para compreender totalmente os impactos e buscar a exclusão de todos os minerais brasileiros.
“O Ibram continua analisando os detalhes do decreto para compreender plenamente seus impactos e reafirma seu compromisso de atuar para que todos os minerais brasileiros sejam excluídos da nova sobretaxa”, destaca a entidade. A medida tem gerado apreensão no setor, que busca minimizar os prejuízos e manter a competitividade no mercado internacional.
Justificativas de Trump para o “Tarifaço”
A Ordem Executiva de Trump fundamenta a taxação em alegações de ameaça à segurança nacional e violações de direitos humanos no Brasil.
Na Ordem Executiva, que elevou a tarifa para os produtos brasileiros em 50%, Donald Trump argumenta que o Brasil é uma ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional dos EUA. Essa classificação é semelhante à adotada contra países considerados hostis a Washington, como Cuba, Venezuela e Irã. O documento afirma que o Brasil estaria “perseguindo, intimidando e censurando” o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro e milhares de seus apoiadores, o que seriam “graves violações dos direitos humanos que minaram o Estado de Direito no Brasil”.
Além do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, medidas do governo brasileiro em relação a plataformas digitais e decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes foram citadas como justificativas para as tarifas. O texto norte-americano alega que “a perseguição política, por meio de processos forjados, ameaça o desenvolvimento ordenado das instituições políticas, administrativas e econômicas do Brasil”. No documento, o ministro Alexandre de Moraes é acusado de abusar de sua autoridade judicial para atingir oponentes políticos, proteger aliados corruptos e suprimir dissidências, frequentemente em coordenação com outras autoridades brasileiras. Trump acusa Moraes de confiscar passaportes, prender pessoas sem julgamento e impor multas a empresas que não cumpriram “suas exigências ilegais de censura”.