São Paulo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu nesta terça-feira, 8 de julho de 2025, um aumento na taxação das casas de apostas virtuais (bets) no Brasil. Haddad argumenta que as bets deveriam ser submetidas a taxas mais elevadas, seguindo o modelo aplicado a produtos como cigarros e bebidas alcoólicas.
“O governo anterior tratou as bets como se fosse a Santa Casa de Misericórdia, sem cobrar um centavo de impostos das bets durante quatro anos”, criticou Haddad em entrevista. O ministro questionou o benefício para o país: “Os caras estão ganhando uma fortuna no Brasil, gerando muito pouco emprego, mandando para fora o dinheiro arrecadado aqui, e que vantagem a gente leva?”.
Para Haddad, a regulamentação do setor é urgente: “Para mim, tem que tratar as bets na linha do que é o cigarro e a bebida alcoólica. É uma coisa difícil de administrar e há vários casos na história de que, quando proíbe, piora. Temos que enquadrar esse setor de uma vez por todas”. Ele ressaltou a importância de tais medidas para o governo alcançar resultados fiscais robustos, visando o crescimento econômico, baixo desemprego e queda da inflação.
Impasse do IOF e Diálogo com o Congresso
Em outra frente, Haddad abordou o impasse entre o governo e o Congresso Nacional em relação ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Em entrevista ao portal Metrópoles, o ministro afirmou que a questão não deve ser vista como um “Fla x Flu”, mas sim resolvida institucionalmente.
Recentemente, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, suspendeu tanto os decretos do Executivo que elevavam o IOF quanto o decreto do Congresso que derrubava essa medida. Para solucionar o impasse, Moraes convocou uma audiência de conciliação entre o governo federal e o Congresso Nacional para o próximo dia 15 de julho, em Brasília. Haddad disse que não pode antecipar a decisão do Supremo, mas garantiu que o governo está trabalhando pela resolução do tema.
O ministro enfatizou a busca contínua pelo diálogo com o Congresso. Ele planeja se reunir em breve com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta. “Quando um não quer, dois não brigam. E nós não vamos brigar porque, no caso, nenhum dos dois quer brigar. […] Nunca saí de uma mesa de negociação. E só saio com acordo”, afirmou Haddad, demonstrando compromisso com a articulação política.
Otimismo com a Aprovação do Imposto de Renda
Durante a entrevista, o ministro também expressou confiança na aprovação do projeto sobre o Imposto de Renda, que prevê isenção para quem ganha até R$ 5 mil. Haddad mencionou que o relator do projeto, deputado Arthur Lira, tem mantido reuniões frequentes com o governo, seja presencialmente ou virtualmente. “Eu acredito que esse projeto será aprovado com larga margem de apoio”, concluiu o ministro.