O infectologista e hepatologista Thor Dantas, do Acre, utilizou suas redes sociais, em particular o Instagram, para alertar sobre o crescente número de casos graves de AIDS em jovens em alguns estados do Brasil. O médico manifesta preocupação com a quantidade de pacientes nessa faixa etária já em estágio avançado da doença, causada pelo HIV (vírus da imunodeficiência humana). Dantas ressalta a importância de campanhas de prevenção e do tratamento precoce, considerando que, embora incurável, a AIDS pode ser controlada e seus impactos minimizados com o diagnóstico e acompanhamento adequados.

Para chegar ao cenário atual acreano, o médico Thor especialista no assunto trouxe a situação, inclusive vivenciada por ele durante o curso na faculdade de medicina. “A pandemia de AIDS já se estende por mais de quatro décadas. O início foi marcado por um período de grande sofrimento, com a perda de muitos jovens para uma doença nova e sem cura. Vivenciei grande parte dessa época como estudante de medicina. A boa notícia é que a ciência fez progressos notáveis. Hoje, a infecção pelo HIV é considerada uma doença crônica, controlada de forma eficaz com a administração diária de um único comprimido. Pacientes que seguem rigorosamente o tratamento e realizam exames regulares mantêm a mesma qualidade e expectativa de vida de pessoas não infectadas”.

A preocupação central manifestada pelo infectologista recaiu sobre o Acre, devido ao aumento de infecções por HIV e ao agravamento do estado de saúde de pacientes com AIDS em tratamento e em estado terminal. “Nos últimos anos, o número de pacientes internados com quadros graves tem aumentado de forma preocupante em algumas regiões do Brasil, e o Acre se destaca negativamente nesse cenário”, explicou.
Com base nas informações do infectologista Thor Almeida, o grande número de pacientes com a doença já em estágio avançado gerou preocupação. “O Serviço de Referência onde trabalho ficou sobrecarregado com pacientes jovens, internados com quadros avançados, morrendo, ou com sequelas graves”, relata Almeida. Ele considera inaceitável que essa situação persista em 2025, o que justifica as inúmeras campanhas de prevenção, cuidado e tratamento contra a contaminação e a doença.

O alerta, publicado em dezembro, destaca a importância da campanha de conscientização sobre HIV, hepatites virais, sífilis e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Em uma ação conjunta, o governo federal, os estados e os municípios promovem campanhas para conscientizar a população sobre a prevenção do HIV e a importância do acesso ao tratamento. As campanhas enfatizam a necessidade do diagnóstico precoce, já que o HIV, se não tratado, pode evoluir para a AIDS.

“É imprescindível a implementação de campanhas modernas e eficazes, direcionadas à população mais afetada e utilizando uma linguagem contemporânea, presente nas redes sociais. Para isso, parcerias com influenciadores, artistas e personalidades são cruciais. O foco deve ser explicar a realidade atual da doença, ressaltando o que mudou e o que ainda representa um desafio, abordando a transmissão, a prevenção e o tratamento disponíveis. É fundamental destacar as novas ferramentas de controle da doença e as graves consequências da falta de diagnóstico e tratamento. Outro ponto crucial é a prevenção combinada, que, além da distribuição de preservativos e gel lubrificante em unidades de saúde, festas, eventos culturais, bares, universidades e festivais, exige a ampliação agressiva do acesso à PrEP (profilaxia pré-exposição). A PrEP, que consiste no uso de medicamentos antivirais antes das relações sexuais, comprovadamente reduz a transmissão do HIV. Se fosse utilizada por aqueles que precisam, evitaria um grande número das mortes que estamos presenciando entre os jovens”, finaliza o médico.











































