Recém-nascidos que precisam de leite artificial estão sem acesso à fórmula láctea fornecida pelo Serviço de Assistência Especializada (SAE), órgão responsável por atender bebês filhos de mães soropositivas para HIV. A denúncia, feita por uma fonte que preferiu não se identificar, revela que a falta do insumo tem deixado famílias em situação desesperadora, sem previsão de regularização.
De acordo com os protocolos médicos, crianças nascidas de mães com HIV não podem ser amamentadas com leite materno para evitar o risco de transmissão do vírus. Até recentemente, essas crianças recebiam a fórmula láctea de forma gratuita pelo sistema público de saúde, garantindo sua nutrição e segurança alimentar. No entanto, o fornecimento foi interrompido, e os pais, muitos deles beneficiários de programas sociais, estão tendo que arcar com os custos da alimentação dos filhos para evitar a fome.
Falta de previsão agrava a situação
Segundo relatos, não há qualquer previsão de reposição do leite artificial nos estoques do serviço público. Enquanto isso, famílias que dependiam desse suporte buscam alternativas para alimentar os recém-nascidos, muitas vezes comprometendo a própria subsistência.
“Não sabemos quando o problema será resolvido. Até lá, os pais precisam encontrar uma forma de comprar o leite, mas muitos não têm condições. A situação é crítica”, afirmou o denunciante.
O leite artificial para recém-nascidos não é um item acessível para famílias de baixa renda, sendo um produto de alto custo no mercado. Sem o fornecimento regular pelo SAE, muitas dessas crianças ficam em situação de vulnerabilidade nutricional.
Consequências para os bebês e apelo das famílias
Especialistas alertam que a falta da fórmula láctea pode trazer sérios impactos à saúde dos bebês, incluindo desnutrição, atraso no desenvolvimento e maior vulnerabilidade a infecções. Para mães que não podem amamentar, o leite artificial não é apenas um complemento, mas sim uma necessidade vital.
Pais afetados pelo problema cobram providências urgentes das autoridades para que o fornecimento seja restabelecido o quanto antes. “É uma questão de saúde pública. Não se trata de um luxo, mas de sobrevivência para essas crianças”, destacou a fonte.
Até o momento, não houve manifestação oficial do serviço responsável sobre o problema ou sobre medidas para garantir que os recém-nascidos recebam a alimentação adequada. Enquanto isso, as famílias seguem enfrentando dificuldades para garantir o básico: o leite para seus bebês.
O que diz a Prefeitura de Porto Velho:
“A Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) informa que o processo de compra da fórmula láctea destinada aos bebês filhos de mães soropositivas para HIV está em andamento. A aquisição do produto demandou um tempo adicional, pois a empresa inicialmente classificada no chamamento público não dispunha do item conforme as especificações exigidas, sendo necessário acionar a segunda colocada.
A Semusa reforça que essa compra é uma prioridade da gestão, que está acompanhando de perto todas as etapas para garantir que o trâmite ocorra com a maior celeridade possível.
Paralelamente, a Secretaria mantém contato com parceiros e outras instituições para viabilizar a disponibilização do produto ao município, até que a conclusão do processo de compra e a entrega do item sejam efetivadas.
A Semusa reitera o compromisso com a saúde pública e informa que seguirá empenhada em solucionar a questão o mais breve possível.”