RIO — Após pesquisas iniciais, uma vacina contra o HIV considerada promissora por especialistas entrará em uma fase avançada, de teste em humanos. O estudo Mosaico entrará em fase 3, e as análises serão em homens que fazem sexo com homens e pessoas transexuais. Será avaliado um processo de quatro doses de uma vacina projetada para imunizar contra as diferentes variedades do vírus em todo o mundo. O Brasil está entre os países onde o estudo será conduzido. Os testes devem iniciar até o fim deste ano.
O estudo foi apresentado por Susan Buchbinde, presidente do protocolo Mosaico e diretora do programa Bridge HIV do Departamento de Saúde Pública de São Francisco, e parceiros envolvidos no desenvolvimento da vacina, na 10ª Conferência da International AIDS Society sobre a Ciência do HIV (IAS 2019), na Cidade do México.
Os testes serão feitos em oito países da América do Norte, América do Sul e da Europa, e contarão com a participação de cerca de 3.800 indivíduos, com idades entre 18 e 60 anos. Serão 24 centros de estudo nos EUA, nove no Brasil, cinco no Peru, quatro na Argentina e três no México. Na Europa estão na lista a Espanha, Itália e Polônia.
Para Susan Buchbinder, o compromisso dos pesquisadores é o de garantir que os resultados dos testes de vacina contra o HIV sejam aplicados para populações de diversos países.
— Este é um estudo muito importante. Ele complementa o teste Imbokodo de vacinas similares em mulheres na África do Sul e no Saara. Mas esta nova fase envolverá homens que fazem sexo com outros homens e transexuais — pontua. — Estamos esperançosos de que este regime de vacinação irá fornecer proteção contra a infecção pelo HIV, mas não saberemos até que façamos o estudo.