Nesta quinta-feira, 4 de dezembro de 2025, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, participou da abertura da Etapa São Paulo da II Conferência Nacional do Trabalho (II CNT) na capital paulista. Ele pediu que o evento gere contribuições para enfrentar problemas urgentes, como o fim da escala 6 por 1, que exige seis dias de trabalho e um de descanso semanais.
Marinho destacou que o Parlamento deve criar legislações que deixem espaço para a negociação entre sindicatos, trabalhadores e empregadores. Uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que trata do fim da escala 6 por 1 está atualmente em análise no Congresso Nacional.
O ministro também defendeu a necessidade de reconstituir o direito dos sindicatos de se sustentar financeiramente. Ele pediu à bancada empresarial que ajude no debate, pois é difícil para as entidades representarem bem os trabalhadores sem condições financeiras decentes.
Desafios do mercado e tecnologia
Marinho ressaltou o acelerado processo de transformação no mercado de trabalho impulsionado pela Inteligência Artificial. O ministro afirmou que há “desafios imensos” para qualificar e capacitar a mão de obra, interpretando e atuando para evitar problemas futuros.
A II CNT reuniu em São Paulo representantes de trabalhadores, empregadores e governo para discutir as prioridades do trabalho no estado. As propostas aprovadas serão levadas à etapa nacional da conferência, prevista para março de 2026.
Desigualdades e informalidade em São Paulo
O Diagnóstico do Trabalho Decente de São Paulo, divulgado pelo ministério, mostra que o estado tem formalização de 70,8%, acima da média nacional. Contudo, 7,1 milhões de pessoas ainda estão na informalidade.
Embora o rendimento médio estadual (R$ 4.170) supere o nacional, persistem grandes desigualdades:
Mulheres ganham 77% do rendimento dos homens.
Pessoas negras recebem 61,5% do rendimento de pessoas brancas.
O ministro Marinho concluiu que, apesar dos esforços das empresas, as ações atuais são “totalmente insuficientes” para garantir a igualdade salarial e de oportunidades. Ele também citou a necessidade de ampliar a participação feminina nas direções de empresas e entidades.
Marinho ainda comentou a violência contra a mulher, em especial o feminicídio. Ele sugeriu que os ambientes de trabalho e entidades promovam debates para o amadurecimento de homens, já que muitas vezes a agressão ocorre no ambiente familiar.











































