FRUSTRAÇÃO
Faltando um ano e dois meses para troca de governo, Marcos Rocha vai deixar o cargo com um desgosto. Sua maior promessa de campanha não sairá do papel.
FRUSTRAÇÃO 2
A batida de martelo na Bolsa de Valores, em julho de 2021, comorando o sucesso da licitação, será apenas uma lembrança de um projeto que poderia mudar a saúde no Estado de Rondônia.
BRUXARIA
Mas agora, justamente na semana de Halloween, que pela tradição Celta seria a volta dos espíritos à Terra, quem reaparece não é um espírito, mas um CNPJ criado em 22 de dezembro de 2021.
REGISTRO
O CNPJ é do Consórcio Vigor Turé, formado para atuar na construção do Hospital de Urgência e Emergência de Rondônia ( HEURO ). Curiosamente, o tal Consórcio não teria registro constitutivo na Junta Comercial de Rondônia.
REGISTRO 2
Condição muito estranha, já que os investimentos no Heuro chegariam a 1 bilhão de reais, se for levado em conta o custo mensal de quase 2 milhões e 900 mil, para um contrato de 30 anos.
CONTRATO
Em 17 de janeiro de 2022, o Governo do Estado assinou contrato com o Consórcio Vigor Turé para construir o hospital no modelo BTS (Built to Suit).
ESTRUTURA
O hospital teria 399 leitos, entre eles estariam 60 unidades de terapia intensiva e centro cirúrgico com 10 salas.
AGILIDADE
Em março e abril do mesmo ano, previa-se o início das obras, com prazo de 60 dias para entrega dos projetos e licenças municipais.
FESTA
Em 19 de março de 2022, o lançamento da pedra fundamental em Porto Velho foi acompanhado de sorrisos, abraços e promessas de entrega da primeira fase em menos de 30 meses.
FREIO
No entanto, em outubro de 2023, a Secretaria Municipal de Regularização Fundiária, Habitação e Urbanismo, cassou a licença de obras da Vigor Turé por falta de documentos que comprovassem a propriedade do terreno onde seria o hospital e outras demandas não atendidas.
CANCELADO
Finalmente, em fevereiro deste ano, o Governo de Rondônia anunciou o encerramento do contrato reconhecendo oficialmente que o projeto estava fora do prazo e sem condições de execução.
FÊNIX
Como a ave que ressurge das cinzas na mitologia antiga, a mesma empresa surge novamente com a promessa de erguer um hospital municipal.
EXPECTATIVA
O anúncio de um hospital novo simbolizava uma solução para um déficit crônico, mas a realidade que conhecemos foi de adiamentos, cassações e frustrações.
MESMO CNPJ
A Vigor Turé, que falhou no contrato estadual, tenta agora se reposicionar como solução para o município.
OFICIAL
Há registros de falhas contratuais, cassação de licença e encerramento de contrato, o que levanta dúvidas legítimas.
QUAL A MUDANÇA?
Se não entregou sob o modelo estadual, por que acreditaria-se que entregará sob o municipal?
NEGLIGÊNCIA
O modelo BTS, anunciado como inovador — construir, entregar em 30 meses e pagar apenas depois —, desmoronou diante da falta de documentação e regularização.
OPINIÃO
Sem garantias contratuais fortes ou fiscalização efetiva, o risco é de repetição de atrasos e paralisações, com custo político e social para o município.
OPINIÃO 2
O impacto para a sociedade é duplo: tempo sem estrutura adequada gera filas, internações precárias e sobrecarga de profissionais, enquanto a confiança pública se dissolve.
OPINIÃO 3
Recursos públicos, já comprometidos em projetos semelhantes, correm risco de novo desperdício.
OPINIÃO 4
Além disso, o projeto prometia revitalização urbana na zona Leste, no bairro Três Marias, com geração de empregos e valorização da área; a frustração substitui o desenvolvimento quando promessas não se concretizam.
OPINIÃO 5
Antes de qualquer nova assinatura, a Prefeitura, os vereadores e o Conselho de Saúde precisam exigir garantias.
OPINIÃO 6
Documentação completa (propriedade do terreno, licenças ambientais e urbanísticas), cronograma detalhado com entregas por módulos, cláusulas de reversão e penalidades para atrasos, transparência pública e auditoria independente.
OPINIÃO 7
Também deve haver fiscalização ativa da obra e manutenção, participação dos conselhos de saúde, análise de risco técnico-financeiro da empresa e plano alternativo em caso de paralisação.
OPINIÃO 8
Porto Velho vive uma encruzilhada: a oportunidade de construir um hospital de porte, e o desafio de não repetir os erros do passado.
OPINIÃO 9
A pergunta que se impõe é simples: vai valer o anúncio ou vai valer o histórico? Rondônia e sua capital não precisam de novas promessas — precisam de obras concluídas, atendimento digno e resultados reais.
OPINIÃO 10
Se a empresa retorna com novo projeto, cabe ao município exigir prova de que aprendeu com os erros, garantia de execução e transparência total.
OPINIÃO 11
O Estado não pode mais se dar ao luxo de reencenar o mesmo ciclo: anúncio, contrato, atraso e frustração. Porto Velho merece saúde de verdade, não apenas expectativas renovadas.
FRASE
Garantir saúde é garantir cidadania — e isso não pode ser promessa, precisa ser política de Estado.






































