O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) mostrou publicamente, nesta segunda-feira (22), a tornozeleira eletrônica que passou a usar por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão, assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, integra um pacote de medidas cautelares aplicadas ao ex-chefe do Executivo federal, investigado por tentativa de golpe de Estado.
Após participar de uma reunião com aliados na Câmara dos Deputados, Bolsonaro desceu a rampa do Congresso cercado por jornalistas, apoiadores e parlamentares. Ao ser questionado sobre o uso da tornozeleira, ele a exibiu e declarou:
“Não roubei os cofres públicos, não matei ninguém, não trafiquei ninguém. Isso aqui é um símbolo da máxima humilhação em nosso país. Uma pessoa inocente. (…) O que vale para mim é a lei de Deus.”
O ex-presidente ainda completou:
“Isso não é justiça. Isso é vingança. Não tenho vergonha, não. Tenho orgulho de estar pagando esse preço pelo Brasil.”
Medidas impostas pelo STF
A tornozeleira eletrônica é uma das várias restrições determinadas por Moraes. Além dela, Bolsonaro está proibido de manter contato com outros investigados, utilizar redes sociais, visitar embaixadas e deixar o país. Ele também deve cumprir recolhimento domiciliar noturno entre 20h e 6h.
Segundo a decisão do STF, as medidas visam evitar a destruição de provas, risco de fuga e possíveis tentativas de intimidar autoridades envolvidas nas investigações.
Repercussão política
A exibição da tornozeleira causou forte repercussão no meio político. Aliados interpretaram o gesto como uma demonstração de coragem e resistência. Internamente, o Partido Liberal (PL) tem se mobilizado para transformar a imagem de Bolsonaro com tornozeleira em símbolo de perseguição política.
A estratégia bolsonarista é fortalecer a narrativa de que o ex-presidente é alvo de ações injustas, mesmo diante das investigações que tramitam no STF e da coleta de provas pela Polícia Federal.
No próximo domingo (28), Bolsonaro deverá participar de outro ato político, desta vez no interior de São Paulo. Segundo assessores, o ex-presidente continuará usando a tornozeleira e pretende “mostrar ao Brasil que não tem nada a temer”.
Fontes:
Metropoles.com, Gazeta do Povo, GZH, Brasil 247, Terra, CM7 Brasil.