Nesta sexta-feira (18), após a instalação de uma tornozeleira eletrônica na Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal, o ex-presidente Jair Bolsonaro se manifestou publicamente. Ele desceu do carro para falar com jornalistas e classificou as medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) contra ele como uma “suprema humilhação”.
Negação de Fuga e Críticas ao Inquérito
Bolsonaro afirmou categoricamente que nunca pensou em deixar o país ou buscar asilo em alguma embaixada em Brasília. Ele ressaltou que “sair do país é a coisa mais fácil que tem”, reforçando sua permanência. A justificativa do ministro Alexandre de Moraes para as medidas incluía o risco de fuga do ex-presidente, que teve seu passaporte apreendido em fevereiro de 2024 devido ao avanço da ação penal sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado.
“A suspeita [de fuga] é um exagero”, declarou Bolsonaro. Ele reiterou sua visão de que “o inquérito do golpe é um inquérito político, nada de concreto existe ali”, e expressou a esperança de que o julgamento seja técnico, e não político.
Dinheiro e Pen Drive Apreendidos
Questionado sobre os motivos das medidas cautelares, Bolsonaro reforçou que, em seu entendimento, o objetivo é a “suprema humilhação”. Sobre a apreensão de US$ 14 mil e R$ 8 mil em espécie em sua residência no Jardim Botânico, em Brasília, o ex-presidente afirmou que sempre guardou dólares em casa e que pode comprovar a origem de todo o dinheiro. No entanto, ele não respondeu sobre um pen drive apreendido em um banheiro de sua casa, dizendo não ter conhecimento do item.
Medidas Impostas pelo STF
As medidas impostas por Moraes incluem, além da tornozeleira eletrônica, a proibição de Bolsonaro deixar a comarca do Distrito Federal. Ele também deve cumprir recolhimento domiciliar entre 19h e 6h, e integralmente nos fins de semana. O ex-presidente está proibido de acessar redes sociais ou de se comunicar com seu filho Eduardo Bolsonaro, bem como com embaixadores e diplomatas de outros países.